A crise é econômica, ambiental ou de identidade.


O caos se instalou na sociedade humana , são multidões de pessoas vivendo sob condições tão precárias, a ponto delas irem perdendo 
suas referências, convicções e argumentação. São os refugiados das
guerras que não sabem onde vão poder morar, os presidiários do 
Brasil, que não se recuperam em sistemas prisionais superlotados,
os milhares de desempregados no mundo que não estão capacitados 
para atender à demanda das empresas que em acelerado processo
de inovação tecnológica, uma legião de idosos nos países desenvolvidos
que não atendem mais às expectativas das empresas e se aposentam
sendo substituidos por jovens , a expansão do terrorismo e da violência
urbana nas cidades onde ocorrem aglomerações de pessoas, obrigando 
o estado a investir pesado em pessoal qualificado e em aparelhamento 
para tentar garantir a segurança e a ordem pública.

A existência de um policiamento ostensivo nas ruas, revela o lado per-
verso da violência, que é o trauma e o tédio social.


Se o orçamento dos governantes é para cuidar com urgência da ferida
mais grave das sociedades modernas , ou seja, a insatisfação, a contestação, a radicalização e os preconceitos, não sobra verba 
suficiente para alocar em áreas fundamentais à vida. Por isso,
a sociedade se desorganiza.

As áreas que protegem o ser humano da sua despersonificação,
são a educação, a religião e a proteção familiar. Com esses
fundamentos cada um de nós poderá desenvolver uma filosofia
de vida, sua identidade e construir a sua autoimagem como 
sendo útil a toda sociedade.

A insegurança sobre o futuro é que gera instabilidade social
corrupção, protestos e atos de vandalismo, são multidões de
desesperados e de oportunistas, mas em geral, a muitas pessoas
não são garantidos os direitos humanos que assegurem as 
mínimas condições de vida aos cidadãos.

A decadência humanitária então, deve-se a falta de compaixão 
com as dores do próximo, seja por ter sido vítima de violência,
seja por estar ao relento, seja por não ter o que comer ou por
perder sua autoestima e a vontade de viver.

É como se a mente de cada um de nós tivesse uma lâmpada
que se acende quando abrimos os olhos ao acordar, e a noite, 
quando fechamos os olhos para adormecer, a lâmpada se 
apagasse. O abrir e fechar dos olhos seria o interruptor da
lâmpada.

Me parece , que grande parte da humanidade está querendo 
fechar os olhos por vontade própria, antes de dormir somente
à noite, para não ver ou sentir quem está precisando ou 
agonizando ao seu lado, nem sempre por não querer ajudar
mas também por medo do estranho, da sua mente.

Com a sensibilidade reduzida e a falta de luz das cabeças 
pensantes do mundo civilizado, estaremos todos cegos
com essa crise de identidade.


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