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ONDE A CARÊNCIA DE ÁGUA É CRÍTICA NO MUNDO.



     




O mapa acima mostra as regiões que mais sofrem com falta de água no mundo. No Brasil, a região mais afetada é a Nordeste. Boa parte do país nunca enfrenta grandes secas. Já regiões como Austrália, México, China, África setentrional e África meridional passam o ano todo com a seca.

Os dados são de um estudo conduzido por Mesfin Mekonnen e Arjen Hoekstra, da Universidade de Twente, na Holanda. Eles medem a disponibilidade de acordo com um conceito chamado “blue water”, que é a soma da água doce com as águas subterrâneas.

Quando a população, as fazendas e a indústria consomem mais “blue water”  do que há disponível, elas entram em um período de escassez. Apesar de, em alguns locais, a seca ser contornada com armazenamento de água, o ciclo hidrológico ali é afetado.

Diferente de estudos anteriores, que comparavam a oferta de água anualmente, os pesquisadores holandeses compararam os números mensais. Dessa forma, eles descobriram que o problema é muito pior do que pensávamos. Até então, acreditava-se que o número de pessoas que sofriam com seca era entre 1,7 e 3,1 bilhões.

Ao mudar a metodologia, os cientistas descobriram que a seca é um problema enfrentado por dois terços do mundo. Ao menos quatro bilhões de pessoas (66% da população mundial) passam ao menos um mês sob “severa escassez”. Os países com mais pessoas que sofrem pela falta d'água são China (900 milhões) e Índia (1 bilhão).

O número de indivíduos que enfrenta seca severa entre quatro e seis meses do ano chega a 2,9 bilhões. Outro meio bilhão enfrenta a seca ao longo do ano inteiro. Desses, 180 milhões vivem na Índia, 73 milhões no Paquistão, 27 milhões nos EUA, 20 milhões no México, 20 milhões na Arábia Saudita e 18 milhões no Iêmen.

Aquecimento global piora o cenário

Os pesquisadores holandeses concluem que dar conta da crescente demanda por água limpa, ao mesmo tempo em que se protege ecossistemas e se protege a oferta será “um dos mais difíceis e importantes desafios do século”.

Em estudo anterior, de 2013, mostra que eles devem ter razão. O Instituto Postdam para Pesquisas de Impacto do Clima, na Alemanha, fez uma série de simulações com 30 grupos de cientistas em 12 países para ver como o aquecimento global pode impactar na escassez de água e como isso pode afetar as populações. Eles consideraram que a temperatura do planeta deverá se elevar em 2ºC até 2100 (o que é considerado como inevitável por muitos cientistas).

A conclusão é que, em regiões vulneráveis, a quantidade de pessoas que viverá com “escassez absoluta” de água (menos de 500 m³ por ano) deverá aumentar em 40% ao longo do século 21. O número é a média das previsões dos diferentes modelos. Alguns indicavam que a escassez de água deverá piorar em 100%.

A falta de água também deve impactar em vários outros setores que dependem dela, como a agronomia e pecuária. Esse cenário, ainda, deverá fazer com que a fome aumente e diversas pessoas migrem, gerando também crises econômicas e sociais.

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