FRIGORÍFICOS PROPÕEM DESMATAMENTO ZERO NA AMAZÔNIA.

Os frigoríficos Martrig, JBS-Friboi e Minerva, assinaram um acordo para implementar o desmatamento zero, e reacendem a discussão entre ambientalistas e produtores rurais a
respeito da atividade pecuária na Amazônia.


As empresas se comprometeram a respeitar critérios socioambientais mínimos para a produção
de carne, couro e outros produtos bovinos na Amazônia e descredenciar fornecedores que
promovam novos desmatamentos, invadam reservas indígenas e áreas protegidas, adotem
práticas de trabalho escravo ou degradante ou sejam acusados de grilagem.

O evento foi promovido pelo Greenpeace na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, contou
com a participação de autoridades governamentais.


A iniciativa foi bem recebida por Ambientalistas, já que dados do governo federal mostram
que a pecuária ocupa cerca de 80% das áreas desmatadas na Amazônia. Especialistas acham
que o grande problema é a pecuária extensiva (aquela em que o boi fica solto no pasto) e a
mais utilizada no Brasil, sendo um processo caro, de baixa produtividade e alto impacto
ambiental, e que, na Amazônia, beneficia apenas 20 mil famílias.

O Brasil contribui atualmente, com 5 ou 6 % do aquecimento global, contando com o gás
carbônico produzido pelas queimadas e o metano liberado pelo processo digestivo dos
ruminantes. e se nada for feito, o rebanho na região amazônica que cresceu de um milhão
para 80 milhões desde 1970, poderá chegar a 200 milhões nas próximas décadas.


Para alguns, a solução do problema passa por uma mudança de hábitos alimentares dos
brasileiros, com a redução brutal do consumo de carne vermelha e opção por outras
fontes de proteína que ele considera mais saudáveis, como a carne de frango ou peixe
ou leguminosas.

Outros rebatem esses dados e afirmam que o Brasil não precisa promover desmatamentos
para aumentar os rebanhos. Hoje, temos 200 milhões de cabeças de gado em todo país,
com um boi por hectare. Consideram que podemos dobrar esse número sem causar algum
tipo de impacto ambiental apenas com melhoramento genético, das pastagens e do manejo
reprodutivo. Essa concentração de animais por hectare respeita o bem-estar do rebanho
e evita a transmissão de doenças contagiosas.


De toda carne produzida no Brasil, 73% são consumidos internamente e 23%, são
exportados para 170 países.

Embora haja tanta divergência sobre as medidas para a preservação da Amazônia,
em uma coisa todos concordam: é preciso frear o desmatamento. Ações como a dos
frigoríficos podem ser um primeiro passo gigante.    

                                                       


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