AQUECIMENTO GLOBAL AMEAÇA A MANUTENÇÃO DE BANCO DE SEMENTES NO ÁRTICO.

O derretimento das geleiras próximo ao Ártico, mas precisamente em arquipélago da Noruega,
coloca em risco a existência do maior banco de sementes do mundo.

Com a intenção de formar um banco de todas as espécies vegetais selvagens (nativas) e muitas
vezes raras na natureza, que pudessem desaparecer de uma vez por todas da Terra em caso de
uma catástrofe planetária, foi criado o banco de sementes que por hora vê todo seu acervo
ameaçado pelo degelo e alagamento local onde estão conservadas as sementes.

                                                               
Tais contratempos não tinham sido previstos pelos criadores do projeto, já que o compartimento está localizado embaixo da terra, em uma região tradicionalmente fria próxima do Polo Norte, com temperaturas que variam entre -4°C e -6°C. O alagamento tomou parte do túnel que dá acesso ao banco e tem extensão de 100 metros, mas não afetou as sementes. Pelo menos por enquanto.


“Não estava em nossos planos pensar que o permafrost não estaria mais lá e que o Banco experimentaria um clima extremo”, afirmou em comunicado o membro do governo norueguês Hege Njaa Aschim. Permafrost é o nome dado ao tipo de solo encontrado na região do Ártico, que está ameaçado pelo aumento da temperatura do planeta — um dos resultados das emissões de gases estufa em decorrência das atividades econômicas.


Depois do susto, a proteção da “arca do fim do mundo” foi multiplicada, com supervisão humana 24 horas por dia. Os responsáveis pelo caixa-forte estão trabalhando para tornar o túnel de entrada impermeável, além de montar canaletas para retirar a água da chuva. Fiações elétricas que podem gerar algum tipo de aquecimento no compartimento também foram substituídas.


O Banco de Sementes foi construído em 2008 no arquipélago norueguês de Svalbard e tem capacidade para armazenar 2,5 bilhões de sementes. A supervisão do caixa-forte fica por conta da Noruega e da Organização das Nações Unidas (ONU). Ambas têm custódia sobre os artigos, mas a propriedade pertence ao país que os depositou. Atualmente, mais de 930 mil sementes estão armazenadas — o governo brasileiro já fez um depósito de 10 mil exemplares.                                 



A primeira retirada de sementes aconteceu em 2015: após o banco genético da cidade síria de Aleppo sofrer danos por conta da guerra civil que atinge o país, pesquisadores solicitaram exemplares de trigo, cevada e grama para dar continuidade às pesquisas.

De acordo com a FAO, órgão das Nações Unidas para alimentação e agricultura, conservar sementes é essencial para manter a diversidade ambiental e garantir a qualidade da produção de vegetais no planeta.

                                                            



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