BIODIVERSIDADE AO LONGO DO RIO AMAZONAS SERÁ AFETADA POR CONSTRUÇÕES DE HIDRELÉTRICAS.

Estão previstas a construção de 428 represas para a produção de energia elétrica. Já existem 140, e
os pesquisadores estão preocupados com os danos que poderão ocorrer no ecossistema da floresta,
sendo difícil prever o grau de modificações na fauna e na flora, por causa dos alagamentos.

 Um estudo, realizado por pesquisadores de universidades brasileiras, norte-americanas, britânicas e alemãs, ressalta que poderão haver consequências desastrosas se parte destas represas são realmente instaladas no rio.

Apesar de cada obra contar com um estudo de impacto ambiental, os pesquisadores ressaltam que não há uma análise do conjunto de represas. Publicado na revista Nature, o relatório indica que a retenção de sedimentos e nutrientes poderia modificar todo o ecossistema.

                                                                   

O autor principal do estudo, Edgardo Latrubesse, associou os efeitos aos que aconteceu com o rio Nilo, do Egito. “O Nilo é hoje em dia totalmente regulado artificialmente por megarepresas. É um caso típico que exemplifica os tremendos impactos produzidos por grandes infraestruturas construídas várias décadas atrás, o que produziu grandes impactos sociais, ambientais e econômicos”, analisa.

As represas poderiam danificar a diversidade dos ambientes afetando uma série de espécies. Os autores também destacam que a quantidade de água que chega ao Atlântico, que pode ocupar cerca de 1,3 milhões de km2 do oceano, poderia provocar a geração de tormentas tropicais.

Em grande parte das represas, a justificativa da construção está na necessidade de desenvolvimento socioeconômico das regiões amazônicas. Mas o pesquisador da Universidade de Oxford e coautor do estudo, Atif Ansar, ressalta: “nossas pesquisas prévias mostram que, devido ao problema sistemático dos custos elevados e prazos longos, o gasto real das grandes represas é muito alto para ser recuperado”, afirma.