ESPAÇOS DAS CIDADES SÃO OCUPADOS PELO VERDE DA AGRICULTURA URBANA AGROECOLÓGICA.

No meio da agitação das cidades, onde muitas vezes não se encontra lugar para estacionar e as
moradias são cada vez mais compactas ou de metragem reduzida, surge como queridinha das
populações urbanas, a agricultura doméstica, urbana ou agroecológica por não usar insumos
químicos, a moda parece que veio para ficar e até já se pensa em regulamentar a atividade para
que haja um incremento ainda maior na compra e venda dos produtos alimentícios.

Sem muitas regras e aberta a toda comunidade, as hortas urbanas não fazem bem apenas com seus alimentos. “Nós chegamos à conclusão que a agricultura urbana agroecológica ela é sim uma atividade promotora de saúde. Nós temos relato de pessoas que viviam com muita ansiedade, crianças muito agitadas, casos de depressão, fobias, pessoas que não conseguiam falar em público, começaram a participar das rodas de conversa, e colocar seus próprios problemas, porque o espaço da horta também é um espaço de socialização”, comenta Silvana Ribeiro, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública/USP, que coordenou um estudo sobre hortas urbanas.
Em São Paulo, um espaço já é velho conhecido dos moradores da Zona Oeste. A Horta das Corujas há cinco anos oferece couve, salsinha, beterraba, azedinha, peixinho, bertalha, almeirão roxo e capuchinha. O espaço de 800 metros quadrados funciona sete dias por semana e conta com quinze voluntários na região do Sumarezinho.
                                                                         
Por lá, o uso de adubos e venenos sintéticos é proibido. Para cuidar das plantas apenas água e composto à base de esterco e folhas. “A gente planta no estilo agroecológico. Tem gente que acha estranho estar tudo misturado, mas tem um objetivo: as plantas misturadas elas se protegem, elas se complementam e isso evita proliferação de praga”, explica Claudia Visoni, criadora do espaço.
Antes da horta, a região era apenas um morro gramado, hoje oferece alimento gratuito aos moradores. “Esse é um espaço de liberdade. A cerca só existe para os cachorros não entrarem, a praça é aberta, 24 horas por dia, sete dias por semana. Quem quiser entrar, visitar, colher, plantar é bem-vindo”, comenta Claudia.
                                                                   

Polêmica em Curitiba

Recentemente três moradores da capital paranaense foram denunciados por cultivarem em espaços públicos. Ricardo Leinig e Márcia Steil são os responsáveis pela Horta Comunitária de Calçada Cristo Rei, e Vanderlei Lozano Silva plantou bananeiras no Hugo Lange.
Na última semana o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, recebeu os três em uma reunião. O resultado? O verde venceu! “A agricultura urbana é uma tendência mundial, a humanidade tem que se voltar de novo para terra e para o arado. Se Burle Marx, meu amigo e grande paisagista brasileiro, fosse vivo, ia louvar a ideia de colocar bananeiras, ao invés de roseiras europeias, no jardim”, comentou Greca.
As sanções foram suspensas e eles poderão continuar com o cultivo, da forma que já fazem, até o Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) encontrar a melhor forma de regulamentação.

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