MUNDO QUER AVANÇAR COM ACORDO DE PARIS - CIENTISTAS E GOVERNADORES DOS EUA IGNORAM DECISÃO DE TRUMP.

Há 25 anos, na ¨RIO 92¨,  os EUA não concordou em destinar menos de 1% do PIB para projetos
de combate ao efeito estufa e liberação de gases tóxicos. O então presidente George Bush disse:
¨Em matéria de Biodiversidade, o mais importante para nós é defender nossos negócios.


Após um quarto de século, a história parece se repetir. Membro do Partido Republicano, como George Bush, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos sairão do Acordo de Paris — aprovado em dezembro de 2015, 175 países asinaram o documento, que tem força de lei internacional e prevê determinações obrigatórias e recomendações às nações signatárias. Com a mesma justificativa de proteger os interesses norte-americanos, Trump afirmou que o tratado prejudicaria a economia dos Estados Unidos e seria responsável por retirar empregos, já que seriam necessárias mudanças em relação ao desenvolvimento produtivo do país.


Estabelecendo o objetivo de desacelerar o aquecimento global a partir de investimentos em energias limpas e na redução de emissões de poluentes, o Acordo de Paris é considerado por especialistas como a iniciativa mais completa para lutar contra as mudanças climáticas — o tratado entrará em vigor a partir de 4 de novembro de 2019. Assim como na Eco-92, no entanto, a decisão dos Estados Unidos poderá frustar os objetivos globais de proteção ao meio ambiente. 


A decisão de Trump já era esperada pela comunidade internacional. Após afirmar que não acreditava no aquecimento global, o presidente nomeou o político republicano Scott Pruitt, crítico declarado de políticas ambientalistas, justamente para liderar a agência de proteção ambiental dos Estados Unidos.

                                                                               
                       


A guerra de Trump contra as iniciativas em defesa do meio ambiente não deverão barrar os esforços de diferentes nações do planeta, no entanto. Apesar da participação dos Estados Unidos ser decisiva para o sucesso de qualquer acordo global, especialistas indicam quais serão os possíveis cenários para o mundo após a decisão norte-americana de sair do Acordo de Paris:
Mudanças geopolíticas: França e China ganham protagonismo
Após o final da Eco-92, analistas afirmavam que o Japão ganharia papel de destaque na liderança global ao contrariar os Estados Unidos e apoiar os tratados sobre preservação da biodiversidade. Após 25 anos, a bola da vez é a China: com a política de "isolamento" proposta pelo presidente Donald Trump, o país asiático conquista posições para reunir diferentes países em torno de uma agenda de desenvolvimento econômico e social. 

 Em maio deste ano, o governo chinês anunciou seu "projeto do século", com a criação de um fundo que investirá em infraestrutura na Ásia, Europa e África  — a iniciativa foi batizada como Nova Rota da Seda, em referência aos mercadores europeus e africanos que se dirigiam até a China no passado em busca do valioso tecido.

O fato de um país liderado por um Partido Comunista protagonizar o desenvolvimento econômico do mundo capitalista não é o único fator surpreendente: conhecida por suas cidades industriais cobertas pelo ar poluído, a China também é uma das líderes em investimentos em energias renováveis. O país asiático é um dos maiores produtores mundiais de energia eólica e solar, além de afirmar em seu Plano Quinquenal que o desenvolvimento de carros movidos a energias limpas é um dos principais objetivos para os próximos anos.

Enquanto a China busca a liderança global, a França deseja abrigar cérebros norte-americanos: Emmanuel Macron, presidente francês, convidou cientistas e ambientalistas dos Estados Unidos a realizarem suas pesquisas no país europeu. Em comunicado, Macron criticou a decisão de Donald Trump e, em ironia às declarações de "Tornar a América grande outra vez", afirmou que seria necessário "Tornar nosso planeta grande outra vez".

Empresas, cientistas e políticos norte-americanos lutarão contra Trump
No dia 22 de abril, data que comemora o Dia da Terra, cientistas norte-americanos marcharam em diferentes cidades em protesto às políticas adotadas por Trump. "Não estamos falando apenas por nós, pois a ciência é para todos. Se não pudemos monitorar o ar limpo e a água limpa, não serão só os cientistas que sofrerão por isso, mas todas as pessoas que dependem do nosso trabalho e confiam em nós".

E não foram apenas os cientistas que se mobilizaram contra o presidente norte-americano. Pode parecer estranho, mas uma das maiores empresas petrolíferas do mundo também não apoiou a decisão em sair do Acordo de Paris. Em votação realizada entre os maiores acionistas da Exxon Mobil Corp, venceu a posição de que a empresa deveria compartilhar mais informações a respeito do desenvolvimento de novas tecnologias e divulgar estudos sobre como as mudanças climáticas afetarão os negócios da empresa.Outras empresas de energia e de combustíveis fósseis também seguiram os passos da Exxon e se posicionaram a favor do desenvolvimento ambiental sustentável para o planeta. 


Logo após a declaração de Trump, um grupo de três governadores norte-americanos, 30 prefeitos e mais de 80 reitores de universidades estão negociando com as Nações Unidas com a proposta de continuarem a cumprir as regras do Acordo de Paris.

                                                                                   

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