DESMATAMENTO DE ÁREAS CONTÍNUAS NA AMAZÔNIA INICIA O PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO.

A ação antropogênica intermitente na floresta está provocando a maior seca, jamais vista na Amazônia, com efeitos diretos sobre a biodiversidade.

“Temperaturas acima do normal da superfície oceânica na região tropical do Pacífico e no Atlântico foram os principais causadores de secas extremas na América do Sul, mas não explicam a severidade da falta de chuva em 2016 em uma porção substancial da Amazônia e do Nordeste”, aponta um estudo da Universidade de Connecticut.
Das secas analisadas da região, a do ano passado foi a primeira que não pôde ser explicada somente pelo aumento da temperatura da superfície dos oceanos, incluindo mudanças causadas pelo fenômeno do El Niño. O que sugere que as ações humanas, como queimadas e desmatamento, contribuíram para o agravamento do problema.
Nas últimas grandes secas, 2005 e 2010, a região apresentou recordes de queimadas não criminosas e emissões de gás carbônico.

Mais desmatamento, mais seca na Amazônia.

O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), aponta 30% a mais de desmatamento em 2016. Esta ação colabora para que “futuras secas tornem-se mais severas e mais frequentes”, comenta uma das autoras do estudo.
O desmatamento preocupa, pois, a perda de cobertura vegetal, interfere diretamente no “processo das chuvas”.
                                                                     

Problemas da seca

Com estiagens cada vez mais longas, o ecossistema local terá problemas de manutenção. Além disso, a vegetação seca contribui para queimadas e incêndios  na região, o que pode levar a mortalidade das árvores.
“Algumas pesquisas mostram que uma vez que o desmatamento ultrapassa um limite, ele pode sustentar uma forte dinâmica entre vegetação e clima que pode levar a seca e morte da floresta tropical em um período relativamente curto”, afirma Guiling Wang, autora do estudo, à DW Brasil.
Com isso, a escassez de água seria realidade em todo o Brasil. Já que as grandes nuvens da Amazônia, chamadas rios voadores, são responsáveis pela umidade e abastecimento das outras regiões do país.
                                                

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