EXPANSÃO DA FEBRE AMARELA SILVESTRE PODE ACELERAR A EXTINÇÃO DE PRIMATAS.

Os macacos da fauna brasileira são os mais ameaçados pela febre amarela que não atingiu em cheio
as cidades e centros urbanos, mas se alastrou pelas matas e florestas, colocando em risco as espécies
de primatas mais vulneráveis cujas populações já reduzidas pode ser o tiro de misericórdia para a
extinção. O primata Muriqui, o bugio e o mico-leão da cara preta são as espécies mais ameaçadas.

Pesquisadores buscam de toda forma, tentar encontrar uma vacina para os macacos, uma vez que só
existe vacinação para imunizar humanos contra a febre amarela.


Para primatólogos, o surto atual desperta tanta ansiedade quanto impotência, já que nada pode ser feito para conter o avanço do vírus entre os primatas.                                            O surto atual levantou um debate: poderia ser desenvolvida uma vacina segura também para os primatas?                                  
                             
Com mais de 25 anos de experiência com vacina de febre amarela de uso humano, o virologista Marcos Freire de dispôs a debruçar-se sobre o assunto e encontrar respostas, com apoio de estudiosos do ramo e da Sociedade Brasileira de Primatologia.
Vice-diretor de desenvolvimento tecnológico de Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, ele conta que os primeiros passos estão sendo dados para o desenvolvimento de uma vacina em primatas não-humanos - um processo longo que ainda precisa passar por algumas etapas para ser aprovado.              
"Estamos elaborando um protocolo para pedir a autorização para testar algumas formulações vacinais em primatas não-humanos", explica.
"Esse protocolo precisa passar, primeiro, por um comitê de ética de experimentação animal; e depois ser aprovado pelo ICMBio. Passado todo esse trâmite regulatório, é um experimento que queremos fazer, e deve durar um ano. Eu acredito que é viável", diz.
A tarefa de aplicar vacinas em populações de primatas vivendo em topos de árvores pode parecer loucura. Mais do que pensar em imunizar populações de macacos de uma maneira geral, porém, a ideia é vislumbrada como uma ferramenta para situações de emergência - para salvar populações em alto risco de extinção, em vez de assistir enquanto são dizimadas.                                                                                                                       "Vacina injetável não é praxe para animal silvestre, já que envolveria capturar os animais para aplicar a vacina", admite Freire. "Porém, em populações de alto risco, você poderia desenvolver uma força-tarefa para imunizar os primatas e assim protegê-los de um desfecho dramático.



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