JARDINS PLANTADOS- A ESTRATÉGIA PARA ATRAIR POLINIZADORES.

Não seria exagero dizer que as abelhas são geradoras de biodiversidade. O inseto, que sofre com o preconceito dos seres humanos, é responsável pela polinização de 88% das plantas com flores. Destas plantas, ¾ são utilizadas por nós, na produção de alimentos.
Mesmo assim, estes pequenos animais sofrem com as ações humanas, o que coloca em risco nossa alimentação. Para reverter este quadro, a Prefeitura de Curitiba implantará um projeto de polinização natural na cidade.
Chamado de Jardins do Mel, o projeto terá inicio com a primavera e disseminará abelhas nativas sem ferrão em Curitiba.                      
                                                                      
“A ideia da Prefeitura é criar um grande programa de polinização e de difusão do conhecimento da importância da correção ambiental”, explica Rafael Greca, prefeito da cidade.
Márcia Arzua, diretora do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, comenta que os locais que receberão o projeto, não apenas auxiliam na polinização, como estimulam o conhecimento sobre as espécies. “São locais que, além de facilitar a implantação do projeto, cumprem o requisito de educação ambiental”, conta.
O primeiro local a receber o projeto é Parque do Barigui, próximo à região central da cidade. Além do parque o Jardim Botânico, o Bosque Reinhard Maack, o Zoológico, o Museu de História Natural do Capão da Imbuia e o Passeio Público, também serão jardins.
Os locais favorecem a autonomia de voo das abelhas. O que viabiliza a polinização natural de grande parte da cidade, a enxameação e a volta dos insetos.

Educação ambiental

Além da introdução das espécies, o projeto prevê programas de educação ambiental. Serão produzidos materiais didáticos para alunos das creches e escolas municipais. Felipe de Jesus, responsável pelo projeto, ressalta: “cuidar das abelhas é cuidar da preservação de toda a biodiversidade da cidade”.
A prefeitura acredita que, desta forma, haverá maior conscientização e sensibilidade da população com as abelhas.

Sem abelhas, sem alimento

No mundo existem 400 espécies de abelhas, sendo que 300 delas são endêmicas do Brasil. Algumas delas já são ameaçadas de extinção e o futuro é ainda mais preocupante.
De acordo com um estudo publicado na revista PLOS Online, 90% dos 4.975 municípios analisados enfrentarão perda de espécies polinizadoras nos próximos 30 anos.
“É importante ressaltar as seguintes descobertas: primeiro, as perdas maiores afetam municípios com baixo PIB, o que pode impactar ainda mais os níveis de pobreza dessas regiões; e segundo, ao mesmo tempo [e em menor grau], elas afetam também um grupo de municípios muito rico, com valores de PIB muito altos que podem ser potencialmente reduzidos pelas perdas de polinizadores”, analisa Tereza Cristina Giannini, uma das autoras do estudo.
                                                                 
Com grande parte da população brasileira vivendo nos grandes centros, fica difícil imaginar este cenário e como a produção dos alimentos acontece. Descubra como a atividade dos polinizadores é essencial e como sua extinção pode nos afetar em: A importância dos polinizadores na agricultura.

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