Os desastres climáticos chegaram de vez às vias públicas das cidades, os temporais alagam avenidas
e ruas. Agora, a ordem é remar e deixar os carros guardados nas garagens, pelo menos por enquanto as emissões de gases estufas dão uma trégua no Texas e na Louisiana, mesmo que forçosamente.
O presidente Trump, cético quanto ao aquecimento global, presenciou a fúria da natureza quando o
furacão Harvey passou pelo Texas e a Louisiana na era do aquecimento global.
O furacão Harvey – que, da categoria 4 (a segunda mais grave), passou para tempestade tropical ao tocar o solo do Texas, em 25 de agosto – deixou um rastro de destruição menor do que o antecessor Katrina, de 2005, mas nem por isso desprezível: até 18 de setembro, os registros indicavam pelo menos 83 mortes, mais de 30 mil pessoas desabrigadas e prejuízos calculados em até US$ 180 bilhões pelo governador texano, Greg Abbott.
No seu trajeto entre o sul do Texas e a fronteira desse estado com a Louisiana (a vítima principal do Katrina), o castigo maior ficou reservado a Houston, quarta maior cidade americana e despreparada para enfrentar um fenômeno desse porte. Só ali caíram, em dois dias, mais de 1.300 milímetros de chuva – algo como o volume médio anual de São Paulo.
Os alagamentos tomaram praticamente toda a cidade, transformando ruas e avenidas em vias aquáticas, como se vê na foto. Furacões são comuns no Golfo do México, mas o Harvey tem digitais do aquecimento global: temperatura da água quase 1oC acima da média, aumento da umidade na tempestade entre 3% e 7% e subida do nível do mar em mais de 33 centímetros na costa texana entre 1972 e 2012.
A mudança climática não explica por que o Harvey se demorou tanto tempo despejando chuva sobre o Texas. De qualquer modo, o fenômeno é mais uma amostra dos tempos difíceis que os eventos climáticos extremos reservam para a humanidade no século 21.
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