A COP23 deve fortalecer o que já foi acordado na França, há dois anos, na COP21. De lá, saiu um acordo não vinculante, chamado Acordo de Paris. Por não vinculante, entende-se um acerto que não implica em penalizações de qualquer ordem caso o país signatário não cumpra suas metas. Ao assinar o acordo, o país acena com boa vontade, assumindo o compromisso que o consenso decidiu como necessário para o planeta.
O acordo determina metas gerais, cada país fica responsável por implementar metas individuais internamente caso queira, mas o documento acordado determina que os avanços sejam reportados para revisão a cada cinco anos.
Principais metas que deverão ser atingidas até 2.100, segundo o Acordo de Paris:
1- Conter o aumento da temperatura em no máximo 2ºC, mas o ideal seria aumentar no máximo 1,5ºC.
2- Criar um fundo para ajuda financeira aos países em desenvolvimento, de 100 bilhões de dólares,
para financiar medidas contra o aquecimento global como uso de energias limpas ou redução dos
prejuízos dos fenômenos climáticos ( enchentes, incêndios, furacões ) .
Quais são os debates hoje- As emissões de gases de efeito estufa – como gás carbônico (CO²), metano (CH4) e monóxido de carbono (CO) – são apontadas como as maiores responsáveis pelo aquecimento global.
Entre os setores de produção que mais contribuem para a emissão desses gases no mundo estão a geração de energia (como pela queima de carvão e óleo em termoelétricas), seguida da indústria e agropecuária. Já em relação ao países, no topo da lista de emissores estão China, EUA, bloco de países da União Europeia e Índia. Em novembro, dois estudos importantes – um feito por agências federais americanas e outro pela Organização Meteorológica Mundial, ligada à ONU – apontaram que os humanos são os maiores responsáveis pelo aumento de temperatura da Terra e que 2017 está caminhando para se tornar o segundo ano mais quente já registrado na história, atrás apenas de 2016.
O estudo do órgão ligado à ONU, feito especialmente para a COP23, concluiu ainda que entre janeiro e setembro deste ano, o aumento de temperatura foi de 1,1°C acima do nível pré-industrial. Esse é o contexto em que ocorre a conferência da ONU sobre mudanças climáticas nas próximas duas semanas. A expectativa é de que os países-membros adotem estratégias para transformar o cenário atual.
Garantir a adesão, apesar dos EUA- Em junho, o presidente americano, Donald Trump, disse que o Acordo de Paris prejudicava e “amarrava” os EUA enquanto fortalecia países em desenvolvimento como a China e, por isso, retirou o país do tratado. Apesar do alarde, o país está comprometido com o acordo assinado na gestão Barack Obama até 2020 e, pelo mesmo motivo, enviará sua delegação à conferência na Alemanha. “Nós vamos começar a negociar e ver se nós podemos fazer um negócio justo. Se nós pudermos, será ótimo. Se não pudermos, tudo bem”, disse Trump, na época do anúncio.
A COP23 deve servir, assim, para se observar os efeitos do pronunciamento do presidente americano. Países como Itália, França, Alemanha e China já se mostraram contrários à atitude de Trump e se mantiveram fiéis ao acordo de 2015. Cidades americanas e empresários, como Michael Bloomberg, também demonstraram apoio ao acordo.
Mesmo petrolíferas com sede nos EUA, como Exxon e Shell, disseram que continuariam apoiando o acordo e as conferências. Se os EUA mantiverem o posicionamento contrário ao acordo, no entanto, a conferência pode perder peso político e financeiro, já que o país americano se enquadra como o segundo maior poluente e, ao mesmo tempo, o dono da maior economia do mundo. A meta do teto de 2°C e o fundo de auxílio a países em desenvolvimento, por exemplo, poderiam ficar comprometidos
Diferente ou igual -Um dos objetivos agendados para esta edição da conferência é o de avançar com as discussões sobre as regras mais detalhadas de implementação do Acordo de Paris que deverão ser adotadas na COP24, que ocorre na Polônia em 2018. E sobre elas não há consenso. “[Essas regras] vão tratar de tudo, de prestação de contas de emissões nacionais a redução de desmatamento.
Como vai o Brasil -A delegação brasileira será chefiada pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV-MA), e terá ainda outros 28 representantes, como o governador do Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB). No total, o número é maior do que o das duas últimas conferências sobre clima das quais o país participou. Além dos servidores oficiais, organizações como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e o Observatório do Clima estarão presentes.
Em post publicado no domingo (5), o Observatório avaliou que a delegação “tentará vender a redução de 16% na taxa de desmatamento em 2017 como uma grande conquista e um sinal de que o país está no rumo certo do Acordo de Paris”. Discurso esse considerado “frágil” pela entidade formada por uma coalizão de organizações como Amigos da Terra Amazônia Brasileira, ProNatura, WWF e SOS Mata Atlântica.
“O Brasil chega à reunião com dupla personalidade: progressista do ponto de vista da negociação, com seus diplomatas dispostos a sair dela com um desenho do manual de implementação do acordo”, diz. “Mas tragicamente regressivo do ponto de vista da política interna, e com a maior alta em suas emissões em 13 anos.”
O acordo determina metas gerais, cada país fica responsável por implementar metas individuais internamente caso queira, mas o documento acordado determina que os avanços sejam reportados para revisão a cada cinco anos.
Principais metas que deverão ser atingidas até 2.100, segundo o Acordo de Paris:
1- Conter o aumento da temperatura em no máximo 2ºC, mas o ideal seria aumentar no máximo 1,5ºC.
2- Criar um fundo para ajuda financeira aos países em desenvolvimento, de 100 bilhões de dólares,
para financiar medidas contra o aquecimento global como uso de energias limpas ou redução dos
prejuízos dos fenômenos climáticos ( enchentes, incêndios, furacões ) .
Quais são os debates hoje- As emissões de gases de efeito estufa – como gás carbônico (CO²), metano (CH4) e monóxido de carbono (CO) – são apontadas como as maiores responsáveis pelo aquecimento global.
Entre os setores de produção que mais contribuem para a emissão desses gases no mundo estão a geração de energia (como pela queima de carvão e óleo em termoelétricas), seguida da indústria e agropecuária. Já em relação ao países, no topo da lista de emissores estão China, EUA, bloco de países da União Europeia e Índia. Em novembro, dois estudos importantes – um feito por agências federais americanas e outro pela Organização Meteorológica Mundial, ligada à ONU – apontaram que os humanos são os maiores responsáveis pelo aumento de temperatura da Terra e que 2017 está caminhando para se tornar o segundo ano mais quente já registrado na história, atrás apenas de 2016.
O estudo do órgão ligado à ONU, feito especialmente para a COP23, concluiu ainda que entre janeiro e setembro deste ano, o aumento de temperatura foi de 1,1°C acima do nível pré-industrial. Esse é o contexto em que ocorre a conferência da ONU sobre mudanças climáticas nas próximas duas semanas. A expectativa é de que os países-membros adotem estratégias para transformar o cenário atual.
Garantir a adesão, apesar dos EUA- Em junho, o presidente americano, Donald Trump, disse que o Acordo de Paris prejudicava e “amarrava” os EUA enquanto fortalecia países em desenvolvimento como a China e, por isso, retirou o país do tratado. Apesar do alarde, o país está comprometido com o acordo assinado na gestão Barack Obama até 2020 e, pelo mesmo motivo, enviará sua delegação à conferência na Alemanha. “Nós vamos começar a negociar e ver se nós podemos fazer um negócio justo. Se nós pudermos, será ótimo. Se não pudermos, tudo bem”, disse Trump, na época do anúncio.
A COP23 deve servir, assim, para se observar os efeitos do pronunciamento do presidente americano. Países como Itália, França, Alemanha e China já se mostraram contrários à atitude de Trump e se mantiveram fiéis ao acordo de 2015. Cidades americanas e empresários, como Michael Bloomberg, também demonstraram apoio ao acordo.
Mesmo petrolíferas com sede nos EUA, como Exxon e Shell, disseram que continuariam apoiando o acordo e as conferências. Se os EUA mantiverem o posicionamento contrário ao acordo, no entanto, a conferência pode perder peso político e financeiro, já que o país americano se enquadra como o segundo maior poluente e, ao mesmo tempo, o dono da maior economia do mundo. A meta do teto de 2°C e o fundo de auxílio a países em desenvolvimento, por exemplo, poderiam ficar comprometidos
Diferente ou igual -Um dos objetivos agendados para esta edição da conferência é o de avançar com as discussões sobre as regras mais detalhadas de implementação do Acordo de Paris que deverão ser adotadas na COP24, que ocorre na Polônia em 2018. E sobre elas não há consenso. “[Essas regras] vão tratar de tudo, de prestação de contas de emissões nacionais a redução de desmatamento.
Como vai o Brasil -A delegação brasileira será chefiada pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV-MA), e terá ainda outros 28 representantes, como o governador do Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB). No total, o número é maior do que o das duas últimas conferências sobre clima das quais o país participou. Além dos servidores oficiais, organizações como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e o Observatório do Clima estarão presentes.
Em post publicado no domingo (5), o Observatório avaliou que a delegação “tentará vender a redução de 16% na taxa de desmatamento em 2017 como uma grande conquista e um sinal de que o país está no rumo certo do Acordo de Paris”. Discurso esse considerado “frágil” pela entidade formada por uma coalizão de organizações como Amigos da Terra Amazônia Brasileira, ProNatura, WWF e SOS Mata Atlântica.
“O Brasil chega à reunião com dupla personalidade: progressista do ponto de vista da negociação, com seus diplomatas dispostos a sair dela com um desenho do manual de implementação do acordo”, diz. “Mas tragicamente regressivo do ponto de vista da política interna, e com a maior alta em suas emissões em 13 anos.”
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