Na maioria dos países, antes de construir grandes obras é obrigatório realizar um estudo de impacto ambiental, que leve em conta à sustentabilidade.
Os estudos de impactos ambientais investigam os efeitos ao ecossistema e socioeconômicos da região influenciada pela obra. Muitas vezes as obras são consideradas de extrema necessidade para a sociedade, e invariavelmente, proporcionará impactos profundos. Cabe ao projeto incluir formas de mitigar e/ou compensar esses impactos.
As empresas interessadas em construir, pressionadas pelos grandes investimentos, em algumas vezes optam por propinas e alteração de resultados dos estudos para conseguir a aprovação do projeto com mais rapidez e facilidade. O doutor Erik Simões aponta este como o grande obstáculo para a aplicação correta do estudo de impacto ambiental: “Acredito que o grande desafio em estudos de impactos ambientais é realmente trabalhar no campo da idoneidade”, diz.
Uma forma de mudar este cenário é apostar pela ideia da sustentabilidade, que oferece também o lucro como recompensa. A empresa deve “perceber que o respeito às economias e culturas locais agrega valores à empresa e melhora sua imagem”, afirma.
A pressão do mercado consumidor também dá resultados. “Hoje vemos um número cada vez maior de empresas buscando por “selos verdes” ou de “compromisso social” de produção justamente para atender à essa demanda”, diz.
No Brasil, em 2015, um dos maiores desastres naturais aconteceu após o rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco. A consequência foi trágica: 34 milhões de m3 de lama que causaram mortos, feridos, desabrigados, contaminação, eliminação de nascentes, morte de ecossistemas e escombros.
A realização de estudos de impacto ambiental eficazes pode prever as consequências de eventuais acidentes, como o ocorrido no Brasil, e exigir medidas de contenção que evitem desastres. Mas também pode colaborar para que uma obra possa potencializar a economia local e promover sustentabilidade.
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