PRODUTIVIDADE HUMANA, DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS CAI COM O AQUECIMENTO DO PLANETA.

Uma análise que envolveu dados da produtividade industrial de mais de meio milhão de indústrias chinesas distribuídas por todo o país, pesquisadores de universidades dos EUA e da China concluíram que, em média, dias com um calor de 32°C rendem 0,45% menos que as jornadas realizadas em temperaturas de 10°C a 15°C.

Que dias mais quentes fazem as pessoas trabalharem menos – e que, quando elas trabalham, são menos produtivas – estudos científicos já apontam para um novo impacto do aquecimento global nas indústrias: o maquinário, inclusive computadores, também apresenta sinais de queda no calor.

Considerando a média de produtividade das firmas chinesas e a participação do setor de manufatura no PIB do país (32% em 2013), o aquecimento global faria o Produto Interno Bruto chinês encolher cerca de 12%, até a metade do século 21 (as previsões são para o período de 2040 a 2059, levando em conta que a indústria mantenha a mesma importância para a economia chinesa que tem hoje).

Como o calor diminui a produtividade- O estudo aponta duas principais formas de as altas temperaturas impactarem negativamente a produtividade industrial: diminuindo o ritmo humano e das máquinas. 

Estudos prévios já identificavam que temperaturas mais altas impactariam a economia global de forma negativa, ao afetar tanto a agropecuária quanto a produtividade humana. Uma destas análises, publicada em 2016 na revista Nature, mostrou ainda que países em desenvolvimento, sobretudo da América do Sul e da África, seriam os mais afetados. 

O novo estudo agora demonstra os efeitos do calor em um setor econômico que impacta diretamente o PIB de países desenvolvidos. Se a agricultura responde por apenas 1% do PIB americano e 10% do chinês, a produção de manufaturas aparece com 12% e 32% no PIB de cada um, respectivamente.

Além de fazer diminuir a produtividade dos  trabalhadores, temperaturas mais altas “reduzem a capacidade de lubrificantes atenuarem a fricção entre componentes mecânicos; aumentam os índices de falha, ao expandir o volume de materiais; e diminuem a velocidade de processamento de computadores”, escrevem os pesquisadores, citando pesquisas prévias no campo da engenharia.
                                                            


Os indícios se aplicam tanto para indústrias consideradas pesadas, como refinarias químicas ou de fundição de metais, quanto indústrias leves, como as de processamento alimentício ou de madeira.

 O que os pesquisadores classificam como “impressionante” no estudo é que empresas que produzem tecnologia de ponta demonstraram capacidade de produção reduzida em dias mais quentes, mesmo que elas tenham a “tendência de operar em ambientes com ar-condicionado”.

Quais as perspectivas para o aquecimento global- A China é, atualmente, o país que mais emite os poluentes responsáveis pelo “efeito estufa” que gera o aumento nas temperaturas médias do planeta. Logo em seguida surge os EUA, na segunda posição global. 

Os dados são do Banco Mundial, em valores absolutos. O governo chinês tem o objetivo declarado de reduzir suas emissões e se transformar em um país modelo para a geração de energia limpa (como a eólica e a solar, por exemplo). O país identificou que este é um nicho do mercado que deve render muito dinheiro no futuro e, portanto, merece o investimento.
                                                                         

Ao mesmo tempo, os EUA, sob a administração de Donald Trump, reduziram os incentivos para o desenvolvimento do setor de energias limpas, além de se retirar, em junho de 2017, do Acordo de Paris – principal tratado internacional sobre o tema. O tratado assinado em 2016 busca o comprometimento dos países para que o aumento da temperatura global não ultrapasse os 2°C até o fim do século 21. Estudos apontam que a tendência atual é de que o aumento supere os 2,7°C, no mesmo período.
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