PRIMATAS MORREM DE FEBRE AMARELA EM PARQUES FLORESTAIS.

No parque do Horto Florestal, localizado na zona norte da cidade de São Paulo (SP), todos os primatas que viviam no local morreram devido ao vírus da febre amarela, em um dos seus maiores surtos da febre amarela no Brasil.

 Foram encontrados 86 cadáveres de macacos infectados com a doença entre as árvores do parque.

O primeiro bugio infectado pela doença foi encontrado morto no dia 9 de outubro de 2017. Desde então, biólogos, veterinários e profissionais da saúde mobilizaram-se para a conscientização quanto as espécies, já que o macaco é hospedeiro, mas não transmite a doença aos seres humanos.
Apesar dos bugios serem encontrados com facilidade na natureza e não estarem ameaçados de extinção, especialistas temem a rápida expansão da febre amarela e os efeitos que ela pode causar para a espécie.
– O que as pessoas não entendem é que o animal é, na verdade, um grande parceiro na luta para conter o surto. A doença só foi constatada exatamente porque os macacos morreram. Os bugios são extremamente suscetíveis à febre amarela. Quando eles aparecem mortos, os órgãos de Vigilância Sanitária entram em alerta – explica o analista ambiental Marcos Fialho, do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros (CPB), órgão ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
                                                                    

Os sobreviventes da febre amarela

Um dia após a administração do parque anunciar a morte de todos os animais devido a febre amarela, um casal de macacos foi visto entre os galhos altos de uma das figueiras do Horto Florestal. Macho e fêmea resistiram e foram encontrados se alimentando de frutos.
Segundo o chefe da sessão de animais silvestres do parque, Marcio Port-Carvalho, é possível que os animais tenham vindo da Cantareira. Se a informação se confirmar, os pesquisadores já tem um ponto de partida sobre locais em que podem investir em refúgio e recuperação da espécie após o fim do surto de febre amarela.

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