COMO PERFUMES E TINTAS IMPACTAM A POLUIÇÃO DO AR.

A queima de combustíveis fósseis gera a liberação de diversos componentes químicos, além de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) e monóxido de carbono (CO). 

Sabe-se, porém, que o uso de produtos de limpeza, perfumes, pesticidas, desodorantes, tintas e sprays também é responsável por despejar no ambiente uma série de substâncias químicas de caráter semelhante. Chamadas de “compostos orgânicos voláteis” (COVs), levam esse nome por se originarem da decomposição de matéria orgânica e se transformarem em gás muito facilmente, em condições normais de temperatura e pressão.

Isso faz com que resquícios do produto após serem aplicados acabem parando direto na atmosfera, transformando-se em matéria particulada em suspensão e ozônio (formado a partir da oxidação dos COVs). Esses elementos podem ser bastante prejudiciais à saúde humana, causando obstrução das vias respiratórias, além de problemas no coração e pulmão.
                                                                           De acordo com um novo estudo, desenvolvido por pesquisadores norte-americanos e publicado na revista Science no dia 16 de fevereiro de 2018, a influência desses materiais na qualidade do ar das cidades pode estar sendo subestimada.


 Amostras atmosféricas analisadas na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, atestaram que seu uso pode ser tão prejudicial à qualidade do ar quanto a poluição causada por carros, motos e caminhões. Os pesquisadores calculam que o total de COVs emitido por produtos triviais seja duas ou três vezes maior do que já havia sido estimado por análises de poluição.


Cerca de 95% do petróleo é destinado à produção de combustíveis. O restante é refinado e dá origem a químicos, a serem utilizados em bens de consumo como produtos de limpeza, tintas de impressora ou fragrâncias. 

No estudo, os pesquisadores criaram uma espécie de inventário dos diferentes produtos químicos feitos e comercializados no país - como a acetona, presente no removedor de esmalte. Depois, o trabalho foi analisar a quantidade de componentes nocivos em cada um deles, além da quantidade de COVs emitidos.

 
“A quantidade de produtos desse tipo que utilizamos no dia a dia não dá para ser comparada com o total de combustível que você coloca em seu carro. Mas, para cada quilograma de gasolina que é queimada, apenas cerca de um grama vai para o ar. No caso de produtos de limpeza ou higiene pessoal, porém, alguns componentes evaporam quase que completamente”, explicou Joost de Gouw, co-autor da pesquisa, em entrevista ao jornal britânico The Guardian. Estima-se que 40% dos componentes químicos presentes em produtos de higiene pessoal, perfumes e tintas vão parar na atmosfera.

O uso desses produtos emite uma quantidade de COVs comparável à que é eliminada pelo escapamento de seu carro. Uma das principais razões para isso é que nos Estados Unidos, assim como na Europa, medidas de regulação da qualidade do ar foram bem sucedidas no controle de emissões de veículos”, explicou Brian McDonald, que liderou o estudo, em entrevista .

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