O QUE DIZEM AS PESQUISAS SOBRE O IMPACTO DO PLÁSTICO E MICROPLÁSTICO AO MEIO AMBIENTE.

PLÁSTICO DESCARTÁVEL Uma parte importante do problema vem do plástico descartável, que é usado apenas uma vez. Um trabalho publicado em 2017 na revista acadêmica Marine Policy analisou registros de plástico coletado durante 30 anos do fundo dos oceanos. Cerca de 33% eram compostos por macroplásticos - em geral consideram-se macroplásticos pedaços maiores do que 5 mm. Desses pedaços, 89% eram de itens descartáveis, como garrafas, tampinhas ou os canudos, que podem ser banidos do Rio. 

PLÁSTICO FLUTUANTE Grandes massas de plástico flutuante já fazem parte da paisagem oceânica. Uma das formações mais famosas do tipo é a Grande Porção de Lixo do Pacífico, uma aglomeração que se forma entre a altura do Havaí e da Califórnia e se estende até a costa do Japão. Muitos animais confundem esses plásticos como alimento, os ingerem e morrem. Um mapa interativo criado pela agência neozelandesa especializada em visualização de dados Dumpark permite visualizar os pontos de concentração no oceano.

 PLÁSTICO X PEIXES Um estudo divulgado no início de 2016 pelo Fórum Econômico Mundial afirma que, se o consumo de plástico continuar crescendo no ritmo atual, os oceanos do planeta terão mais plástico do que peixes, em peso, no ano de 2050.

 MICROPLÁSTICO Pouquíssimos seres vivos são capazes de digerir o plástico. Mas, com o tempo e ações de forças da natureza como as marés e os raios ultravioleta, o material se quebra em pedaços menores. As partículas que chegam a menos de 5 micrômetros, ou um metro dividido por um milhão, são chamadas de microplásticos. Elas são um problema para o meio ambiente e, potencialmente, para a saúde humana. 

MICROPLÁSTICO NO MEL Um trabalho publicado em 2013 na revista acadêmica Food Additives & Contaminants analisou 19 amostras de mel, a maioria da Alemanha, mas também de França, Itália, Espanha e México. Fibras de plástico foram encontradas em todas elas. Possivelmente, elas foram trazidas pelas próprias abelhas até a colmeia, afirma o trabalho. 

MICROPLÁSTICO NA CERVEJA Um trabalho publicado em 2014 na revista Food Additives & Contaminants analisou 24 marcas alemãs de cervejas, e encontrou contaminação por traços de microplástico em todas elas. 

MICROPLÁSTICO NA ÁGUA ENCANADA Uma análise encomendada pela Orb Media, uma produtora de jornalismo investigativo sem fins lucrativos baseada em Washington, e realizada pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, analisou 159 amostras de água de torneira de cidades dos Estados Unidos e da Europa, além de Jakarta, na Indonésia, Nova Déli, na Índia, Beirute, no Líbano, Campala, em Uganda, e Quito, no Equador. O trabalho encontrou microplásticos na água da torneira em 83% das amostras pesquisadas. 

MICROPLÁSTICO NO SAL Um artigo publicado em abril de 2017 na revista Nature analisou amostras de sal de 17 marcas de oito países, Austrália, França, Irã, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Portugal e África do Sul, e encontrou microplástico em 16 delas.

 MICROPLÁSTICO EM MOLUSCOS Vários estudos têm encontrado microplásticos em moluscos. Por exemplo: um trabalho publicado em 2014 na revista Environmental Pollution apontou traços de microplásticos em ostras da espécie Crassostrea gigas  e mexilhões da espécie Mytilus edulis. Os pesquisadores estimaram que consumidores de mexilhões europeus podem consumir até 11 mil pedaços de microplástico por ano.
                                                                            


MICROPLÁSTICO EM PEIXES Vários estudos têm encontrado microplásticos em peixes. Por exemplo: um trabalho publicado em 2015 na revista Marine Pollution Bulletin analisou o trato digestivo de 263 peixes de 26 espécies comerciais na costa de Portugal, e encontrou plástico em 19,8% dos peixes. 

MICROPLÁSTICO NO AR Um estudo realizado na região metropolitana de Paris e apresentado em 2015 no Congresso da Sociedade Europeia de Química e Toxicologia Ambiental estimou que cerca de 10 toneladas de microplásticos encontradas no ar se depositam sobre a região todos os anos, o que indica que o material não é apenas ingerido, mas também aspirado.
                                 
                                   E-book: Resíduos Plásticos-Parte de uma crise planetária.(autor:Cyro Zucarino).

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