TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS NO BRASIL É SÍMBOLO DE ATRASO E POLUIÇÃO.

 Em 2016, o transporte de cargas brasileiro emitiu quatro vezes mais gases de efeito estufa (GEE) do que todos os setores da Noruega emitem anualmente. Apenas os caminhões lançaram no ar 84,5 milhões de toneladas de CO2  equivalente.
                                                 


O Brasil perde em todos os quesitos para os países de primeiro mundo, uma nova análise das emissões do setor de energia do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), publicada pelo Observatório do Clima. O relatório mostra que a frota de caminhões foi o principal emissor de poluentes climáticos do setor de energia no Brasil. 
Enquanto os outros países, onde se utiliza carvão para geração de eletricidade ele é o principal emissor de GEE, no Brasil o principal “consumidor” de combustíveis fósseis é o transporte, em especial o rodoviário. Cerca de 204 milhões de toneladas de CO2 são emitidas todos os anos pelo setor, divididas igualmente entre o transporte de passageiros e o transporte de cargas. 

Descarbonizar o Brasil x uso de caminhões

A necessidade de descarbonizar a matriz de transportes esbarra na grande dependência que o país tem do uso de caminhões para o transporte de cargas. Dos seis países com maior extensão territorial do mundo, o Brasil é o que mais usa caminhões. E, segundo o Iema (Instituto de Energia e Meio Ambiente), apenas um planejamento governamental da estrutura do transporte no Brasil mudará este cenário.
“A greve dos caminhoneiros escancarou a enorme dependência que o Brasil tem do óleo diesel”, diz André Ferreira, diretor-presidente do Iema e coautor do relatório. “É preciso pensar em soluções como a eletrificação da logística, que reduzam essa dependência, mas sem aumentar os custos do transporte de cargas”, conclui Ferreira.

Ecos da crise

O relatório aponta também mostra que as emissões do setor de energia sofreram uma redução de 7,3% em 2016. Isso se deveu à recessão, que impactou a indústria e o transporte de cargas, à recuperação parcial dos reservatórios das hidrelétricas – que permitiu desligar termelétricas fósseis que vinham sendo acionadas para fazer frente à estiagem –, ao aumento do uso de etanol no transporte de passageiros e à expansão das usinas eólicas.






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