O COMPILADO DA NATURE: "O FUTURO DOS ECOSSISTEMAS HIPERDIVERSOS TEM PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA.



Já imaginávamos que o Brasil tinha essa quantidade de espécies, mas os números exatos estavam espalhados em bases de dados muito diferentes pelo mundo. É uma combinação de dados única”, comentou a bióloga Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental, à BBC News, que participou do estudo e lidera os esforços para compilar os dados brasileiros.
Contamos com um  quarto de todos os peixes de água doce do mundo (23%) estão nos rios brasileiros. Bem como 16% das aves, 12% dos mamíferos e 15% de todas as espécies de animais e plantas do planeta.
                                                   Resultado de imagem para biodiversidade brasileira
O estudo alerta para o fato de que a falta de ações de conservação e monitoramento dos ecossistemas tropicais pode causar, uma considerável perda de espécies, inclusive de algumas que sequer chegaram a ser catalogadas.
Este tipo de ecossistema abriga cerca de 78% de todas as espécies do mundo. Além disso, eles são fonte de alimento e renda para milhares de pessoas ao redor do mundo. Em quase todos os locais, a flora e a fauna presentes sofrem com as atividades humanas. Desmatamento, pesca predatória, uso incorreto de solos e poluição degradam cada vez mais a natureza.
“Nossa região alimenta todas as outras do mundo com recursos naturais, mas a maior parte das pesquisas sobre os trópicos é liderada por países desenvolvidos. Isso nos coloca numa situação de vulnerabilidade, porque temos uma capacidade menor de resposta às mudanças climáticas. Estamos colocando em risco um número muito grande de espécies”, explica Joice Ferreira.
No Brasil, bem como na maioria das regiões tropicais, a falta de investimentos na coleta e catalogação de dados é o principal problema.
“Descrever novas espécies tem que ser um trabalho colaborativo global, com pesquisadores tendo acessos a recursos e espécimes em muitos museus e coleções. Mas tudo isso é dificultado pela burocracia excessiva – algo que o Brasil conhece muito bem”, explica o líder da pesquisa Jos Barlow.
Outro problema é que no Brasil não existe um programa abrangente e integrado. A maioria das pesquisas são feitas em locais de fácil acesso e na região Sudeste, onde se concentram os pesquisadores.
“Precisamos fazer programas de monitoramento amplo em todos os biomas brasileiros e programas de conservação nos outros biomas, além da Amazônia. Mas o que vemos é justamente o contrário disso, um corte massivo de financiamento para ciência e tecnologia, especialmente nos recursos humanos”.

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