SUBNUTRIÇÃO AFETA DESENVOLVIMENTO MOTOR E COGNITIVO DE CRIANÇAS E OBESIDADE EM ADULTOS POR MÁ NUTRIÇÃO.

FAO chama atenção para os efeitos da subnutrição quando continuada, sobretudo no caso de crianças, resultando em indivíduos com crescimento físico abaixo do normal (stunting, em inglês), peso desproporcionalmente baixo em relação à altura (wasting) ou ainda sobrepeso.                                                  Resultado de imagem para FAO

A primeira condição, resultado do baixo consumo de nutrientes de modo contínuo e associado a doenças, costuma afetar crianças com até dois anos e seus efeitos – no desenvolvimento motor e nas funções cognitivas, por exemplo – são geralmente irreversíveis. 

Segundo o relatório da FAO, 151 milhões de crianças com menos de cinco anos no mundo sofrem com isso, a maioria de países da África (39%) e Ásia (55%). 

Já a segunda, causada pelas mesmas razões, é um forte indicador de mortalidade entre crianças com menos de cinco anos, segundo a Unicef. Segundo o relatório, 50 milhões de crianças estão em risco, sobretudo na África e na Ásia.


“O alto custo de alimentos nutritivos, o estresse de viver com insegurança alimentar e adaptações fisiológicas por restrição alimentar ajudam a explicar por que famílias com alimentação restrita podem desenvolver um risco maior de sobrepeso e obesidade”, diz o relatório.

 A FAO afirma que mais de 38 milhões de crianças com menos de 5 anos estão com sobrepeso no mundo, a maioria também em países africanos (25%) e asiáticos (46%). Entre adultos, o números de obesos passa de 672 milhões; no Brasil, são 33 milhões. 

Entre as mulheres, preocupa os casos de subnutrição crônica que podem levar a desenvolver anemia. O relatório aponta que uma em cada três mulheres em idade reprodutiva no mundo é anêmica, taxa que vem aumentando desde 2012. No Brasil, são 15 milhões. 

Representantes das cinco agências internacionais envolvidas no relatório afirmam que para cumprir as metas de extinguir a fome e todas as formas de subnutrição “é imperativo acelerar e escalar ações que fortaleçam a resiliência e a capacidade de adaptação dos sistemas de alimentação e os meios de subsistência das pessoas em resposta à variação do clima e suas condições extremas”.

 Isso implica a implementação de políticas e práticas de curto, médio e longo prazos por cada governo, os quais podem buscar orientações em documentos de diretrizes internacionais da própria ONU. “Se não fizermos mais, os três anos de aumento serão quatro. Reduzir a fome não é uma questão de fé, depende de nossas ações”, disse Kostas Stamoulis, diretor adjunto da FAO, ao El País.

“Precisamos ser positivos e acreditar que conseguiremos alcançar os objetivos, porque se nos dermos por vencidos agora, não seremos bem-sucedidos.”



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