UMA RADIOGRAFIA DA AMEAÇA QUE AS BALEIAS SOFREM NO MUNDO.

Na edição de 2018 da reunião da Comissão Internacional Baleeira, realizada no Brasil, o Japão voltou a se posicionar de forma incisiva a favor da liberação da pesca comercial de baleias. A proposta do Japão, votada na sexta-feira (14), foi rejeitada em votação.


No Brasil, a captura de cetáceos (baleias e golfinhos) para fins comerciais é proibida desde 1987, de acordo com a lei 7.643. Águas marinhas brasileiras são, pelo decreto Nº 6.698, de 2008, santuário para baleias e golfinhos.

 Para possibilitar que as populações de baleias se recuperassem de décadas de pesca predatória, os Estados-membros da CIB estabeleceram a proibição à caça de baleias em águas internacionais em 1986.                        Resultado de imagem para baleias
                                                                             
A medida não impediu que a captura e a morte desses animais terminassem. Um levantamento feito pela CIB e IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) em 2017 indica pelo menos 1.380 mortes de animais do tipo.

 Estima-se que 134 sejam da espécie “sei” e oito “fin”, variedades que correm perigo de conservação. A caça furtiva, ou sem autorização, foi responsável pela morte de duas baleias na Coreia do Sul no período. 

Populações indígenas, que abatem baleias para subsistência, deram cabo de 335 animais. Registros do tipo envolvem países como Rússia, Groenlândia, Estados Unidos, Canadá, São Vicente e Granadinas. 

Os maiores responsáveis por esse número, no entanto, permanecem sendo os países onde a caça é permitida. No mundo todo, são três: Noruega, Islândia e Japão. Os dois primeiros ignoram o decreto firmado há 32 anos, alegando base em práticas culturais. A pesca de baleias, segundo o argumento dos países nórdicos, faz parte de sua cultura e deve ser mantida de maneira sustentável. Em 2017, a Noruega abateu 432 baleias - na Islândia, foram 17. 

O caso que mais chama a atenção de ambientalistas, contudo, é o do Japão: são 596 mortes no período, incluindo 333 em águas do Ártico - áreas de proteção ambiental de baleias. No país asiático, a caça é realizada para “fins científicos”. 

Para evitar a caça comercial com motivações de pesquisa, a Corte Internacional de Justiça determinou, em 2014, que não era necessário matar baleias para estudá-las. A medida, no entanto, não afetou a maioria dos programas que o Japão mantém nessa linha.

Pelo fato de a carne de animais mortos para a pesquisa ser vendida após análises de cientistas, as críticas sugerem que a indústria de alimentos venha se utilizando da pesquisa como pretexto para burlar a determinação.

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