150 MILHÕES DE ÁRVORES DERRUBADAS OU 100 MIL HECTARES DESMATADOS EM 2018 ÀS MARGENS DO RIO XINGÚ.

Mais de 100 mil hectares de florestas foram destruídos na Bacio do Rio Xingu, apenas em 2018. A pressão por novas áreas para agropecuária, grilagem de terras, retirada ilegal de madeira e expansão do garimpo são os principais motivos para a perda equivalente a 100 mil campos de futebol. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), cerca de 150 milhões de árvores já foram derrubadas este ano, o que afeta diretamente 31 áreas protegidas, sendo 21 Terras Indígenas e dez Unidades de Conservação contíguas, entre o Pará e o Mato Grosso.
Com 27 milhões de hectares, o “Corredor Xingu de Diversidade Socioambiental” incide sobre 40 municípios e é a morada de centenas de famílias ribeirinhas e 26 povos indígenas. As áreas protegidas são fundamentais para a proteção das florestas e dos territórios tradicionalmente ocupados, e se consolidaram como escudos contra a destruição.
Segundo o Sistema de Indicação por Radar de Desmatamento, onde o desmatamento do Xingu é analisado mês a mês apenas em  setembro, 4.410 hectares de floresta foram destruídos. “Os números são assustadores e aumentam a cada mês”, alerta Juan Doblas, especialista em geoprocessamento do ISA.
                                                                              

Garimpo é a principal ameaça ao Xingu

Desde janeiro o ISA monitora mensalmente o avanço da invasão garimpeira na Terra Indígena Kayapó, no Pará. Já foram detectados mais de 864 focos de desmatamento na região, correspondentes à atividade de mineração ilegal.
No final de agosto, o Ibama e a Polícia Federal, realizaram uma operação de fiscalização de grande porte na região. Porém, os focos de garimpo foram reativados no mês seguinte.

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Os garimpeiros estão se deslocando cada vez mais para o interior da terra indígena, contaminando rios e colocando a saúde da população indígena em perigo. Como rio Curuá, que corta a região, onde os sedimentos originados no garimpo, impossibilitam o uso da água para higiene, consumo humano e atividades cotidianas. “A vida nas duas aldeias ribeirinhas, Baú e Kamaú, está seriamente comprometida”, aponta Doblas. Os indígenas e seus parceiros encaminharam denúncias aos órgãos federais competentes e pedem que medidas urgentes sejam tomadas para coibir a atividade ilegal.

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