O BRASIL QUER FATURAR MAIS COM A VISITAÇÃO DOS SEUS PARQUES FLORESTAIS.

O turismo que mais cresce no mundo, é o ecoturismo, com um aumento de 20% ao ano.

O Brasil, apesar de ter um grande potencial para a prática, ainda não fatura tanto com ela quanto outros países. O ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, afirmou,  em coletiva de imprensa em outubro de 2018 que, “enquanto os EUA recebem 307 milhões de visitantes e faturam US$ 17 bilhões com os parques florestais ao ano, o Brasil recebe pouco mais de 10 milhões de visitantes e fatura R$ 2 bilhões. Precisamos agir e virar essa página”.

No dia 19, o ministro do Turismo, junto com o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, e o presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Paulo Henrique Carneiro, assinaram o projeto Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade.
                                                                          Resultado de imagem para mirante no parque nacional da tijuca

O programa tem como objetivo conectar os diferentes biomas do país, interligando paisagens e ecossistemas brasileiros em quatro circuitos. A meta, segundo as instituições organizadoras, é de estruturar 18 mil quilômetros de trilhas caminháveis em 20 anos, com estimativa de movimentar 2 milhões de pessoas por ano.

A primeira etapa a ser cumprida é estruturar os caminhos e marcar a sinalização nas rotas, que poderão ser percorridas a pé ou de bicicleta. Pedro Menezes, coordenador de Uso Público e Negócios do ICMBio, disse que as trilhas possibilitem ligar as reservas de conservação ambiental do Brasil e para tanto vão haver trilhas em todas as unidades da federação.

O projeto “Rede Trilhas” vai incentivar e proteger rotas pedestres de interesse natural, histórico e cultural, além de sensibilizar a sociedade para a importância do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). “Vai também desconcentrar o turismo, porque as pessoas, na medida que vão caminhando, terão  de pernoitar e gastar em locais diferentes, gerando renda em áreas que são mais excluídas economicamente”.

Os quatro circuitos naturais são o Litorâneo, que liga o Oiapoque (Amapá) ao Chuí (Rio Grande do Sul); o Caminhos Coloniais, conectando a cidade do Rio de Janeiro a Goiás Velho (Goiás); o Caminhos dos Goyases, entre Goiás Velho e a Chapada dos Veadeiros (ambos em Goiás); e o Caminhos do Peabiru, ligando o Parque Nacional do Iguaçu (Paraná) ao litoral paranaense. 

Entre as estruturas programadas para serem construídas estão pinguelas, mirantes e locais de pernoite.

Os caminhos serão sinalizados com uma pegada amarela sobre uma base preta, indicando o sentido a ser percorrido. De todo o percurso planejado, 1.900 quilômetros já estão prontos, contabilizando quatro das 132 trilhas que vão se conectar e compor os circuitos.

Menezes fala ainda da possibilidade de interligar as trilhas nacionais com as que já existem em países vizinhos como Argentina, Uruguai e Guiana Francesa. “Esses três países também têm os seus sistemas planejados, então nós planejamos o nosso de forma a possibilitar uma conexão continental. Ou seja, a tendência é que nos próximos anos os caminhos se tornem interligados na mesma lógica de uma conexão rodoviária.”


Por passar em todos os estados brasileiros, a iniciativa é principalmente do governo federal, mas conta com apoio de governos estaduais, além de governos municipais e “sobretudo sociedade civil organizada, grupo de voluntários”. Menezes reitera que a ideia é de ser “um projeto cidadão, com muitos donos e não um só. Não é governo federal, não é governo estadual; todo mundo vai poder dizer ‘essa trilha é minha’”.





Comentários