O BRASIL PUXA A FILA DA POBREZA EXTREMA NA AMÉRICA LATINA.

O aumento da pobreza extrema da América Latina se explica, em boa medida, pela má evolução do Brasil, disparadamente o país mais populoso da região, que entre 2015 e 2017 viu a pobreza extrema saltar de 4% para 5,5% da sua população.

 “Embora em muitos países tenham ocorrido reduções ou estancamento da pobreza extrema [Paraguai, Colômbia, Costa Rica, Panamá, Chile e Equador], na hora de analisar a situação conjunta da região impacta o que acontece em países com muita população, como o Brasil”, explicou Xavier Mancero, chefe de estatísticas da CEPAL, nesta terça-feira na capital chilena.
                                                         Resultado de imagem para pobreza no Chile

O relatório, que aborda a discrepância generalizada entre os dados nacionais e os do próprio organismo – que fixa seus próprios critérios para unificar a informação –, não pôde nem sequer analisar as cifras da Venezuela, uma das economias que registraram pior evolução nos últimos anos

“Desde 2015 não temos dados desse país”, observou Bárcena. A nula credibilidade dos dados fornecidos pelo Governo de Nicolás Maduro torna impossível que essa agência da ONU possa oferecer uma cifra certeira mediante o filtro estatístico aplicado a todas as nações latino-americanas e caribenhas.

A taxa de pobreza geral por renda, por sua vez, manteve-se em 30,2% em 2017 (184 milhões de pessoas em toda a América Latina), uma taxa idêntica à registrada um ano antes.
Colômbia, El Salvador e Paraguai mostraram grandes reduções de sua desigualdade por renda no período total analisado, enquanto outros, como Honduras e a República Dominicana, sofreram deteriorações. 

Apesar dessa melhora, a ainda forte diferença de renda entre os latino-americanos continua “travando o desenvolvimento” e sendo uma “barreira” para a erradicação da pobreza, a ampliação da cidadania e a própria governabilidade democrática. “Há uma grande lacuna por fechar em relação aos países desenvolvidos”, salientou a secretária-executiva da CEPAL.


 É necessário para superar a pobreza e alcançar níveis adequados de bem-estar, por isso uma proporção significativa de pessoas empregadas trabalha por muitas horas".


Outro sinal da disfuncionalidade do mercado de trabalho na região: um em cada cinco trabalhadores latino-americanos tem renda do trabalho abaixo da linha de pobreza de seu país, cifra que chega a 35% no caso da população rural. Tudo isso apesar de longas jornadas diárias, em muitas ocasiões acima do prescrito na lei.

O flagelo da informalidade continua sendo, ano após ano, a marca registrada do mercado de trabalho da América Latina e do Caribe. Quais as consequências para os trabalhadores ficar de fora dos canais formais de contratação? A CEPAL é clara: falta de acesso à cobertura previdenciária na saúde e nas aposentadorias, a dias de trabalho definidos – incluindo descanso semanal e férias anuais remuneradas – ao seguro-desemprego, por acidente e doenças ocupacionais, bem como à proteção de maternidade e paternidade.
                                                               Resultado de imagem para camelôs no BRAsil

Apesar do "importante avanço" da região no capítulo sobre gastos sociais, os técnicos do órgão supranacional destacam os "grandes desafios do financiamento das políticas sociais", especialmente nos países com maiores índices de pobreza. Além disso, observam, "os níveis de gastos ainda são muito menores do que os dos países desenvolvidos". "Diante de um contexto econômico fraco", concluiu Bárcena, "é imperativo desenvolver simultaneamente políticas de inclusão social e trabalhista. A política social não pode deixar ninguém para trás".







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