SOLOS SEM COBERTURA VEGETAL PODE INTENSIFICAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.

A umidade dos solos é uma das questões fundamentais para poder contar com previsões mais acertadas do clima.

“Se a terra alcançara uma taxa máxima de consumo de carbono, o aquecimento global poderia acelerar, com importantes consequências para as pessoas e para o meio ambiente”, afirma Pierre Gentine, professor afiliado ao Instituto da Terra, da Universidade da Columbia, nos Estados Unidos.
O professor é autor de um estudo recentemente publicado na revista Nature em que alerta sobre a necessidade urgente de enfrentar a mudança climática. Segundo o estudo, a terra está chegando no limite de absorção do excesso de CO2 emitido. Em 2018, as emissões de carbono alcançaram o recorde, superando o estimado em 3,4 por cento, apenas nos Estados Unidos.
                                                                                   Condição dos solos poderia intensificar mudança climática, antes do previsto
O estudo demonstra que os anos mais úmidos do normal não conseguem compensar as perdas na absorção de carbono durante os períodos mais secos. Atualmente, a biosfera oceânica e terrestre pode absorver em média de 50% das emissões, com efeitos percebidos por exemplo na acidificação do oceano ou no branqueamento dos corais.
Os efeitos que veremos, e já percebemos agora, serão provavelmente o aumento e a frequência de eventos extremos, como são as ondas de calor, as inundações, as secas, entre outros, que podem afetar a capacidade da vegetação da terra absorver o carbono.
“Compreender os fatores que limitam ou direcionam o acúmulo de carbono na terra é fundamental para melhorar as previsões climáticas”, afirmam os pesquisadores no estudo. As condições dos solos são, portanto, elementos-chave neste processo já que o desmatamento e o esgotamento dos recursos hídricos podem exacerbar os eventos climáticos, provocando efeitos mais extremos.
O estudo indica que a umidade dos solos poderá desempenhar um papel importante para o ciclo do carbono, na capacidade da terra de absorvê-lo. “É essencial que os processos relacionados com sua representação nos modelos se convertam numa prioridade de pesquisa”, afirmam.

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