Da superfície, não é possível ver o desastre. Mas nas profundezas há um campo de moluscos vazios amontoados onde antes costumavam erguer-se na vertical, meio cravados na areia.
Vítima de um parasita identificado em 2016 na costa espanhola, cuja expansão é favorecida pela mudança climática, o molusco bivalve Pinna nobilis, um dos maiores do mundo, está morrendo. Quando morre, o Pinna nobilis escurece, perde a carne e seus pequenos anfitriões naturais, como camarões e pequenos caranguejos. "Não encontramos mais nenhum vivo, é uma pena", relatou um mergulhador.
O Pinna nobilis é considerado um indicador da qualidade do litoral mediterrâneo. Em sua concha registra, durante seu crescimento, todos os parâmetros físicos e químicos do entorno.
Vítima de um parasita identificado em 2016 na costa espanhola, cuja expansão é favorecida pela mudança climática, o molusco bivalve Pinna nobilis, um dos maiores do mundo, está morrendo. Quando morre, o Pinna nobilis escurece, perde a carne e seus pequenos anfitriões naturais, como camarões e pequenos caranguejos. "Não encontramos mais nenhum vivo, é uma pena", relatou um mergulhador.
O Pinna nobilis é considerado um indicador da qualidade do litoral mediterrâneo. Em sua concha registra, durante seu crescimento, todos os parâmetros físicos e químicos do entorno.
"A situação é profundamente alarmante", diz à AFP María del Mar Otero, especialista do Centro de Cooperação para o Mediterrâneo da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Seu mapa, atualizado periodicamente desde o início da crise, está repleto de um número crescente de pontos vermelhos que correspondem a taxas de mortalidade maciças, superiores a 85%. A costa espanhola do Mediterrâneo está muito afetada, assim como as ilhas Baleares, o sul do Chipre, uma parte da costa turca, a Sicília e a Grécia.
"Na Espanha, esta espécie está a ponto de desaparecer. E com o aumento da temperatura da água nos próximos meses, veremos o que acontece nas zonas que ainda não estão afetadas, como o Adriático".
Ainda não se sabe bem como chegou o minúsculo protozoário que ataca o Pinna nobilis, nem como é transmitido. Este organismo, que espalha esporos tóxicos, pertence à família do patógeno que dizimou a ostricultura californiana em 1957.
Uma das hipóteses é que chegou ao Mediterrâneo com o lastro dos navios de comércio.
Para o biólogo marinho Nardo Vicente, do Instituto de Oceanografia Paul Ricard, o mais provável é que a causa seja a mudança climática.
"Há um monte de germes, de vírus, de parasitas em estado de latência no entorno em que atuam" devido ao aumento das temperaturas, diz.
Mas Vicente mantém viva a esperança de encontrar uma solução para salvar essa espécie. "Serão mantidas ilhotas de Pinna nobilis, que permitirão voltar a semear o resto do Mediterrâneo".
O bivalve maior do mundo pode desaparecer por surto de infestações por parasitas em águas
ResponderExcluiraquecidas do mediterrâneo.