PELA PRIMEIRA VEZ, OS PAÍSES ÁRABES E EUROPA DEBATEM MUDANÇAS CLIMÁTICAS E IMIGRAÇÃO.

O encontro das lideranças de Estado europeias e árabes realizado no final de fevereiro representa um novo marco nas relações políticas entre a Comunidade Europeia e a Liga Árabe. Apesar dos poucos resultados práticos deste encontro, os chefes de Estado e de Governo ressaltaram a importância das relações econômicas entre os dois blocos, na espera de maiores acordos comerciais.

Pela primeira vez, os dois blocos se encontram num evento que reuniu 40 líderes, para debater imigração, mudança climática, terrorismo e relações comerciais

A União Europeia declarou a intenção de que haja um “nova era de cooperação”, destinada a “reforçar a estabilidade e a prosperidade em ambas regiões”.

Como resultado deste primeiro encontro entre a União Europeia e a Liga Árabe, algumas declarações revelaram especialmente o interesse nas exportações, e menos empenho em tratar temas sociais mais complexos como a questão da migração e dos direitos humanos.

No documento final do encontro, as partes reafirmam a cooperação para o estabelecimento de uma forte parceria em investimentos no desenvolvimento sustentável. “Nós nos comprometemos em desenvolver uma agenda de cooperação positiva especialmente nos campos de negócio, energia, ciência, pesquisa, tecnologia, turismo, pesca, agricultura e outras áreas”, diz na declaração.

Inicialmente, a proposta de fazer esta Cúpula era reunir as lideranças para debater a imigração. Porém, com o desenvolvimento da ideia, novos assuntos foram demarcados.

O ministro de Exteriores da Espanha, Josep Borrell, representante do país no encontro, afirmou que a ideia era tentar deixas as diferenças de lado para “avançar na busca de soluções comuns”, disse para a agência de notícias EFE.

Donald Tusk, líder do Conselho Europeu, afirmou que “há razões objetivas pelas quais devemos estar próximos, nossa vizinhança é algo real, o que significa que estar próximo é de fato não uma escolha, mas um dever”, disse.

Os dois blocos concordaram de manter encontros regulares, com uma data marcada para o próximo que ocorreria em 2022, em Bruxelas, segundo afirmou o presidente egípcio Abdel-Fattah el-Sissi.