SEXTA (15/03), JOVENS DE MAIS DE 100 PAÍSES FAZEM GREVE PELO CLIMA

Uma greve mundial (#strikeforclimate) de estudantes foi marcada para sexta-feira (15). O movimento é liderada pelo grupo internacional Juventude pelo Clima, que reivindica que os governos ajam para combater a mudança climática.

 Urgente para crianças e jovens do grupo, o avanço do aquecimento global está “roubando o futuro” da população, ameaçada pela iminência de desastres naturais e conflitos sociais ainda mais intensos em relação a hoje. É o que afirma a líder dos protestos, a sueca Greta Thunberg, de 16 anos.

“Nós, jovens, somos mais da metade da população global. Nossa geração cresceu com a crise climática e teremos que lidar com isso pelo resto de nossas vidas. Apesar disso, a maioria de nós não está incluída no processo decisório local e global. Não aceitaremos mais essa injustiça. Temos o direito de viver nossos sonhos e esperanças” Juventude pelo clima em carta aberta divulgada em 7 de março de 2019.


Articulada nas rua e nas redes sociais, a greve, que tem apoiadores em cerca de cem países (incluindo o Brasil), pode se tornar a maior manifestação de uma série de iniciativas pelo meio ambiente que jovens têm liderado ao redor do mundo nos últimos anos. Os manifestantes fazem pressão sobre governos para que cumpram com as metas do Acordo de Paris, tratado internacional do clima assinado em 2015. 

A greve faz parte ainda de uma tendência recente e mundial de jovens que têm se mobilizado em torno de grandes temas sociais de longo prazo (como a crise do clima) e sobre os quais a juventude não é chamada a falar. 

A greve mundial desta sexta-feira faz parte das “Sextas para o futuro”, ou #FridaysForFuture, hashtag em inglês que desde meados de 2018 tem incentivado, nas redes e nas ruas, a articulação de greves estudantis como forma de pressionar autoridades no combate à mudança do clima. 

A ação teve início após a ativista Greta Thunberg, então com 15 anos e desconhecida, ter boicotado suas aulas em uma sexta-feira e levar um cartaz com a frase “greve estudantil pelo clima” a um protesto solitário diante do parlamento em Estocolmo, na Suécia. Era 20 de agosto de 2018, e Greta exigia do país as medidas que haviam sido objeto de acordo no tratado de Paris. 

Antes previsto para acontecer em um dia — e voltar a ocorrer semanalmente, sempre às sextas —, o primeiro protesto de Greta se prolongou por três semanas seguidas. Atraindo atenção por meio de posts no Instagram e no Twitter, ela pôde espalhar suas ideias e articular com mais estudantes novos protestos e ações pelo clima. 

Ao lado de outros jovens, Greta faz duras críticas ao que considera falta de ação de gerações anteriores diante de uma ameaça antiga sobre a mudança climática e diz que é preciso pensar um modelo econômico não poluente, livre especialmente da dependência de combustíveis fósseis (como petróleo, carvão mineral e gás natural). 

Intitulando-se feminista, ela também relaciona suas ações pelo clima com o movimento de direitos das mulheres. “As mulheres são mais ativas [nos protestos sobre mudança climática]”, disse ela ao jornal El País. Segundo muitos estudos, os homens em média produzem mais emissões do que as mulheres. Elas serão mais afetadas.

” Nesta quinta-feira (14), ela foi indicada ao Nobel da Paz, prêmio que deve ser concedido em dezembro de 2019. Ao lado dela, concorrem 301 outras pessoas e 78 organizações. “Propusemos [Greta ao Nobel] porque, se não fizermos nada para parar a mudança do clima, ela irá nos causar conflitos”, disse o parlamentar norueguês Freddy André Øvstegård. “[A ação de Greta] é uma contribuição para a paz.” 

Comentários

  1. Os estudantes culpam as gerações anteriores por se comportarem de maneira acomodada
    e geralmente não escutarem o que os jovens pensam sobre as principais causas políticas
    que acontecem no mundo.

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