DE QUE FORMAS O PLÁSTICO AMEAÇA O PLANETA TERRA.

As enormes quantidades de plástico produzidas no mundo, a dependência da população em relação a esse material, sua baixíssima taxa de decomposição (que, a depender do material, pode chegar a 600 anos) e a incapacidade de lidar suficiente e ecologicamente com esses materiais têm alarmado organismos internacionais, ONGs, ativistas, membros da sociedade civil e governos.

Tempo estimado de decomposição de diferentes materiais plásticos saco plástico:
 20 anos copo de espuma plástica: - 50 anos - canudo:  -200 anos  -garrafa plástica: 450 anos       fralda descartável: 450 anos   - linha de pescar: 600 anos

A conscientização de diferentes setores se dá principalmente a respeito do impacto do plástico na vida marinha – os oceanos são o principal fim de resíduos plásticos que não têm destinação adequada.

 De acordo com um estudo publicado em setembro de 2015 na revista Pnas, cerca de 90% dos pássaros marinhos ingeriram plástico durante suas vidas. Em 2016, uma sacola plástica foi encontrada na Fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos, localizado no Pacífico.

10 milhões de toneladas é a quantidade aproximada de plástico que chega aos oceanos todos os anos, de acordo com um relatório divulgado em março de 2019 pelo WWF.

Em várias partes do mundo, já é possível encontrar aglomerações de plástico flutuante. A estimativa é de que haja, no mínimo, 5,2 trilhões de partículas de plástico flutuante, que pesam ao todo 269 mil toneladas. Uma das formações mais famosas de plástico flutuante é a Grande Porção de Lixo do Pacífico, que se forma entre a altura do Havaí e da Califórnia e se estende até a costa do Japão, devido a atuação de correntes marítimas.

A Grande Porção de Lixo do Pacífico está se tornando visível do espaço, segundo a ONU. O núcleo dessa aglomeração tem a área de 1 milhão de km² .

Os microplásticos são plásticos que têm menos de 5 milímetros de extensão. Em termos de massa, a superfície oceânica é majoritariamente ocupada por plásticos maiores. Em termos de número de partículas, porém, a maioria é microplástico. Eles estão presentes nos oceanos e fazem parte de um campo de estudo emergente, então pouco se sabe ainda sobre seus impactos. 

Plásticos no geral podem atrapalhar a vida de animais marinhos de diferentes formas, seja por meio do entrelaçamento com objetos, seja a partir da ingestão desses materiais. Ou ainda pela própria interação com o plástico, colidindo com espécies marinhas, gerando escoriações ou obstruindo sua passagem, por exemplo.

No caso dos microplásticos, o maior problema está na ingestão pelos organismos marinhos. Como ainda há poucos estudos sobre esse tema, fala-se em “efeitos potenciais”, que podem ir do nível celular até ecossistemas inteiros. Não há números disponíveis  sobre concentrações letais de microplásticos em um organismo.

Homem transporta embalagens de plástico para depósito de lixo em Panchkula, ao norte da Índia, em 2011

Mas alguns estudos encontraram evidências de que a ingestão de microplásticos pode afetar a caça e a captura de presas, pois o material pode ser confundido com alimento, ocupar espaço no sistema digestivo do animal e levar à diminuição de sinais de fome. O animal pode, então, ter queda de energia, ter o crescimento inibido e sofrer impactos na fertilidade.

Se ingeridos por seres humanos, e isso pode ocorrer de várias formas: a partir da água; do consumo de produtos de origem marinha (via cadeia alimentar); a partir da pele, por meio de cosméticos (o que é considerado improvável, mas possível); ou a partir da inalação de partículas pelo ar. A passagem de microplásticos via cadeia alimentar, passando de organismos marinhos menores para peixes maiores, por exemplo, já foi documentada.

Microplásticos, em baixa proporção, também já foram identificados no sal de cozinha, na água engarrafada e da torneira, em cerveja e no mel.

Comentários

Postar um comentário

Nossa intenção é proporcionar aos leitores, uma experiência atualizada sobre os fatos globais que possam ser discutidos
e possam provocar reflexões sobre o modelo de sustentabilidade
que desejamos adotar para garantir agora e no futuro a qualidade
de vida para todas as espécies da Terra.