QUANTO O BRASIL CONTRIBUI PARA A MUDANÇA CLIMÁTICA.

A mudança climática é um fato amplamente aceito pela comunidade científica, que nos anos 1950 passou a usar o termo “aquecimento global” em revistas especializadas — cerca de 20 anos antes de o tema se tornar preocupação política. 

Climatologistas afirmam que, desde a Revolução Industrial, entre o século 18 e o século 19, atividades humanas relacionadas à emissão de gases de efeito estufa promovem o aumento da temperatura média do planeta, com consequências de longo prazo para o equilíbrio do clima. 

Quais são os efeitos das mudanças no Brasil 
Segundo o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, instituição científica nos moldes do IPCC vinculada à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a temperatura máxima no Brasil subiu 1ºC desde a década de 1960 e a mínima, em algumas regiões do país, cresceu 2ºC. A alteração no clima tem resultado em mudanças nos padrões de chuvas, no aumento do nível do mar e na intensificação de ondas de frio e calor — com impactos na biodiversidade, na agricultura e nas cidades. 

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3 episódios recentes

SECAS

 Em 2012, na cidade de São José do Egito, no sertão de Pernambuco, iniciou-se uma seca que durou seis anos, conta uma entrevistada do filme “O amanhã é hoje”. Segundo ela, plantas e animais em sua comunidade não resistiram ao tempo, e sua família sobreviveu por causa do abastecimento de água que carros pipas faziam em cisternas. 


INCÊNDIOS

 Na Terra Indígena Krikati, no Maranhão, o aumento de incêndios florestais espontâneos, provocados pela diminuição de chuvas e intensidade do calor, queimou 60% da mata, conta o filme. As lideranças locais criaram uma brigada indígena voluntária para combater o fogo. 

CHUVAS 

Em 2011, a cidade de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, teve em uma noite chuva suficiente para um mês inteiro. Ventos fortes destruíram casas e negócios e mais de 400 pessoas morreram. Na época, o episódio, que atingiu outras cidades na serra fluminense, chegou a ser considerado a maior tragédia climática da história do país. 

Atribuem-se a esses problemas fatores como mau uso do solo e má gestão do lixo, além de atividades da agropecuária, do setor energético e da indústria no país, que levam a mais emissões de gases-estufa na atmosfera. 

O Brasil também poderia diminuir seu impacto para o aquecimento global se reduzisse o desmatamento nas florestas tropicais, sobretudo na Amazônia. Em 2018, a atividade bateu o recorde da década.

Um estudo, publicado em 2018 na revista científica Nature, afirma que a política ambiental do ex-presidente Michel Temer (MDB) — a qual teria sido enfraquecida em troca de apoio político de integrantes do agronegócio — poderia minar metas que o Brasil estabeleceu em Paris. Em 2019, Bolsonaro também mostra alinhamento com os ruralistas.

No Brasil, temos cada vez mais dificuldade para dormir, pois o número de noites quentes aumentou. O aquecimento global — somado a outros fatores, como ocupação desordenada do solo, desmatamento, mau saneamento, ilhas de calor urbanas e péssimo planejamento de cidades —  teve um papel na expansão do Aedes aegypti [mosquito da dengue] e na epidemia de zika, no colapso hídrico em Brasília, no aumento dos incêndios florestais na Amazônia e possivelmente na tragédia de 2011 na Serra Fluminense. 

O maior nível do mar também está por trás de ressacas mais frequentes e destrutivas e erosão marinha no litoral. A mudança climática é sobretudo um agravador de problemas. Ela frequentemente é a diferença entre andarmos na corda bamba e despencarmos no chão.

Não haverá conquista duradoura na área ambiental sem que se ataque o problema climático, que é a crise ambiental subjacente do mundo todo. 

Não adianta focar em qualidade ambiental urbana, que é algo que o ministro diz querer fazer, sem lidar com a adaptação à mudança do clima e redução do desmatamento — porque, sem a Amazônia e o cerrado, não haverá água nas cidades. Sem redução de emissões e sem cumprir o Acordo de Paris, muitas de nossas cidades podem ficar inabitáveis durante alguns períodos do ano. 

Da mesma forma, esforços para conservação de espécies em áreas protegidas serão fúteis se o clima mudar, porque os ecossistemas serão afetados. Veja o que aconteceu na Austrália, onde o status de proteção do recife da Grande Barreira não impediu que 93% dos corais sofressem branqueamento na catástrofe de 2016. ‘

A mudança climática é sobretudo um agravador de problemas. É frequentemente a diferença entre andarmos na corda bamba e despencarmos no chão’ 

Comentários

  1. Dormirmos mal , o número de noites quentes aumentou, a temperatura nas
    grandes cidades durante o dia está insuportável pois convivemos com ilhas de
    calor por causa da selva de pedras.

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