OS LIMITES DE POLUIÇÃO DO AR SUPORTÁVEIS NAS METRÓPOLES.

Alguns indicadores relativos aos padrões aceitáveis de qualidade do ar foram estabelecidos. Para os cientistas, não é possível determinar um nível que seja totalmente seguro para a população, porque não se trata apenas da concentração de poluição nessa área, mas da vulnerabilidade dos receptores. “Uma mulher grávida deixa de tomar remédios que para ela não fazem mal algum porque aquele feto, em um momento de formação, é uma janela de vulnerabilidade.

Em um corredor de ônibus em São Paulo, há picos de 120 a 300 microgramas de material poluente por metro cúbico, o que equivale a uma concentração de 6 a 15 vezes mais do que o padrão estabelecido pela OMS. “Saíram as chaminés das indústrias e as vias de tráfego se tornaram as próprias chaminés”, compara o Acadêmico. A emissão de gases dos veículos foi reduzida, mas o número de veículos e o tempo que se permanece no trânsito aumentou, devido à maior distância entre os lugares e a velocidade reduzida para encarar os engarrafamentos. “Isso tem um efeito perverso, porque quem é pobre vai morar mais longe e, consequentemente, vai receber mais doses de poluição, por mais que as regiões de moradia não tenham uma concentração muito alta no geral”.

Resultado de imagem para poluição do ar em São Paulo

Nesse processo, há grandes perdas: perda de sono, porque esse cidadão acorda mais cedo e chega em casa mais tarde, perda de condicionamento físico e obesidade, uma vez que muitos empregos não envolvem esforço físico e o carro também trouxe certo sedentarismo. De acordo com o mapa de distribuição de dióxido de nitrogênio em São Paulo, retirado da Environmental Research” e apresentado por Saldiva, a poluição está concentrada nos locais onde há maior densidade de trânsito. Contudo, a pesquisa calcula que a população absorve doses dessa nuvem de poluição e, embora a maior emissão de gases poluentes seja no centro da cidade, as doses são maiores na periferia.
Um estudo do New England Journal of Medicine, apresentado por Saldiva, mostra que a expectativa de vida é reduzida à medida que a poluição do ar aumenta. Nos Estados Unidos, perde-se 1,2 anos de vida para cada 10 microgramas de material poluente por metro cúbico. O mesmo estudo concluiu que todas as cidades que melhoraram a poluição, aumentaram a expectativa de vida, independente da renda, faixa etária e diabetes. Logo, a questão proposta pelo médico é: “quanto estamos dispostos a gastar com saúde, considerando o nível de consumo que nós temos?”
As pessoas dessa geração foram educadas em um ambiente de consumo excessivo de energia, então não adianta falar que para começar a estabilizar os efeitos da emissão dos gases do efeito estufa, ela precisa deixar o carro em casa, tomar banho de balde e canequinha, ficar no escuro à noite e comer menos carne. Com esses argumentos, elas enxergarão o urso polar como único beneficiado.
Seria mais eficaz reduzir 20% do consumo de carne, reduz 14% do risco de desenvolver câncer no tubo digestivo; optar pelo transporte coletivo significa, na maioria dos casos, andar de quatro a cinco mil passos por dia até a estação, o que reduz o risco de doenças cardiovasculares. “É possível melhorar a qualidade do ar, se for realizada uma mudança na cultura, mostrando para as pessoas que se elas reduzirem seu consumo, terão a saúde diretamente beneficiada.

Comentários

  1. Perda de sono, tonteira, perda de condicionamento físico e obesidade são algumas das
    perdas que acumulamos em contato com uma atmosfera saturada de poluentes .

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