PAÍSES DA ÁSIA SÃO OS "PARAÍSOS DO LIXO" DO MUNDO.

A rota comercial de resíduos plásticos recicláveis geralmente vai dos países mais desenvolvidos para os menos desenvolvidos. O maior destino desses resíduos plásticos recicláveis está na Ásia.

Nos últimos anos, esses territórios ficaram conhecidos como “paraísos de resíduos”, ou seja, países menos desenvolvidos que recebem esses materiais, por vezes plásticos provenientes do lixo doméstico ou plásticos misturados com outros materiais.

Resíduos plásticos em um ponto ilegal de reciclagem na Malásia


Parte considerável do lixo mundial ia parar na China, o principal importador mundial de muitos tipos de materiais para reciclagem, como metais, papel e plástico. Estados Unidos e União Europeia são os principais exportadores.

Segundo dados de 2014 da Iswa (Associação Internacional de Resíduos Sólidos), a China era a maior importadora individual de plástico para reciclagem, respondendo por 56% desse mercado. 

Em 2016, o país importou 7,3 milhões de toneladas de plástico - mais da metade de todo o plástico exportado no mundo (14,1 milhões de toneladas). Ficou, assim, conhecida como “lixeira do mundo”. Mas, desde 2007, a China tem aumentado restrições a importações de resíduos plásticos recicláveis. 

Em julho de 2017, implementou regras ainda mais estritas, banindo permanentemente a importação de plásticos recicláveis que não têm origem industrial. No total, o país proibiu 24 tipos de resíduos sólidos, incluindo ferro, papel e plástico, considerados “sujos” e “perigosos”. A nova regra do chamado “lixo estrangeiro” passou a valer em março de 2018.

Após a mudança chinesa, o fluxo de importação de resíduos plásticos aumentou consideravelmente em países como Vietnã e Malásia, em lugares sem infraestrutura e muitas vezes ilegais. Segundo relatório da WWF de 2019, esses plásticos podem ter ido parar em aterros, incineradores ou despejados em local aberto. 

O argumento é endossado pelo relatório do Banco Mundial de 2018, que diz que mais de 90% do lixo de países menos desenvolvidos é descartado em lixões não regulamentados ou queimado a céu aberto. Somente 10% do lixo é de fato reciclado.

De acordo com o Bir (Escritório Internacional de Reciclagem), que representa a indústria em nível global, novos mercados estão sendo buscados. Segundo a Gaia (Aliança Global para Alternativas à Incineração), após a decisão chinesa, cidades e vilarejos de agricultura na Indonésia, Tailândia e Malásia se tornaram “lixões”. 

Além da China, Malásia e Filipinas se posicionaram agora sobre a questão, introduzindo restrições recentes à importação de resíduos. Indonésia e Tailândia também. 

Reabriu-se, assim, a discussão sobre a importância de pensar novos programas de reciclagem e de utilização de toneladas de produtos plásticos e de papel descartados - ou um novo tipo de gestão do lixo. Em 10 de maio de 2019, 187 países-membros das Nações Unidas assinaram um acordo para diminuir o desperdício de plástico no planeta. 

Os signatários se comprometeram a monitorar o movimento dos dejetos plásticos para além de suas fronteiras e a restringir o envio de seus resíduos para países menos desenvolvidos. Trata-se de uma emenda à Convenção de Basileia, de 1989, que trata do controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito.

 Brasil e Estados Unidos, que estão entre os maiores produtores de lixo plástico do mundo, não aderiram ao novo acordo. 
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Comentários

  1. Em 10 de Maio de 2019, 187 países assinaram na ONU, um acordo para reduzir o volume de lixo
    plástico no mundo. O Brasil e os Estados Unidos, maiores produtores de lixo-plástico, não assinaram o acordo.

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