29 de Julho de 2019- HOJE É O DIA DA SOBRECARGA DA TERRA.

Hoje, 29 de julho, do ponto de vista da capacidade da Terra em regenerar os recursos naturais utilizados pela humanidade, chegamos ao último dia ano. Chamamos esta data de Dia da Sobrecarga da Terra, que, infelizmente, cada ano chega mais cedo.

Essa data nunca aconteceu tão cedo desde que o planeta entrou em déficit ecológico no início dos anos 1970.  Desse dia em diante, a natureza não consegue mais regenerar ainda este ano tudo o que a humanidade consumir até o final do ano.

Quando entramos no cheque especial do planeta, os juros são altos e cobrados de diversas formas: escassez de água potável, erosão do solo, perda de biodiversidade e acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera. As consequências desse empréstimo, já conhecemos: secas severas, inundações, aumento na quantidade e intensidade dos incêndios florestais ou furacões.
E como isso nos afeta? Para a economia, isso significa grandes prejuízos e maiores riscos aos investimentos. Para as pessoas, significa preços mais altos dos alimentos, maiores chances de contrair doenças e perda de bens e de vidas.

Na prática, estamos deixando o mundo mais poluído, mais inóspito e mais pobre em biodiversidade!

O motivo pelo qual isso acontece é nosso atual padrão de consumo, que exige uma quantidade maior de recursos do que a natureza consegue oferecer. Projeções moderadas das Nações Unidas para o aumento da população e do consumo indicam que em 2030 precisaríamos da capacidade de duas Terras para acompanhar nosso nível de demanda por recursos naturais.  O cálculo também é feito para os países: é quando o Dia da Sobrecarga da Terra cairia se toda a humanidade consumisse como as pessoas daquela nação. No caso do Brasil, a data cai dois dias depois, em 31 de julho.
 
Os dados são da Global Footprint Network, organização internacional de pesquisa responsável pelo cálculo do Dia da Sobrecarga da Terra e da Pegada Ecológica, da qual a rede WWF (Fundo Mundial pela Natureza) é parceira. Para se chegar a essa data, a Global Footprint Network calcula o número de dias exigidos da biocapacidade da Terra (a quantidade de recursos ecológicos que o planeta é capaz de gerar naquele ano) para atender à Pegada Ecológica da humanidade. O restante do ano corresponde à sobrecarga, que é causada por quatro fatores principais: 1) o quanto nós consumimos; 2) com que eficiência os produtos são feitos; 3) quantas pessoas existem no planeta; e 4) quanto os ecossistemas da natureza são capazes de produzir.
 
Em vários países, o principal fator de pressão para a exploração desenfreada dos recursos naturais é o crescente nível de consumo, mas no caso do Brasil o problema é a acentuada queda na biocapacidade, como mostra o gráfico abaixo.  A biocapacidade de uma cidade, estado ou nação representa o quanto seus ativos ecológicos (incluindo terras agrícolas, pastagens, terras florestais, áreas de pesca e terras construídas) conseguem produzir.
Quando entramos no cheque especial do planeta, os juros são altos e vêm na forma de escassez de água potável, erosão do solo, perda de biodiversidade e acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera, com as consequências que já conhecemos: secas severas, inundações, aumento na quantidade e intensidade dos incêndios florestais ou furacões. “Para a economia, isso significa grandes prejuízos e maiores riscos aos investimentos. Para as pessoas, significa preços mais altos dos alimentos, maiores chances de contrair doenças e perda de bens e de vidas. Na prática, estamos deixando o mundo mais poluído, mais inóspito e mais pobre em biodiversidade”, sintetiza Renata Camargo, especialista em Conservação do WWF-Brasil.
 
“Há uma percepção equivocada, compartilhada por alguns, de que o Brasil é país que mais preserva o ambiente no Planeta e que não teríamos qualquer problema nesse aspecto. No entanto, vamos entrar no cheque especial dos recursos naturais praticamente junto com o restante do Planeta. Temos muito o que fazer, a começar por implementar com mais rigor as regras de proteção ambiental que construímos ao longo das últimas décadas, as quais ainda são muito frequentemente deixadas de lado”, alerta Raul do Valle, do WWF-Brasil. 

Comentários

  1. Na prática, a partir de hoje, tudo que o ser humano consumir em termos de recursos naturais,
    não haverá condições para que a Terra possa recuperar e isso significa um mundo mais inóspito, mais poluído e com menos biodiversidade.

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