A forte onda de calor de julho que atingiu a Europa na semana passada se tornou mais provável e mais intensa devido à mudança climática induzida pelo homem, dizem os cientistas.
Um estudo rápido de atribuição diz que o aquecimento somou 3C à intensidade do evento que devastou o Reino Unido, a França e a Holanda.
Na França, a onda de calor foi feita pelo menos 10 vezes e até 100 vezes mais provável por atividades humanas.
O evento mais curto no Reino Unido foi feito pelo menos duas vezes mais provável, dizem especialistas.
A onda de calor de julho viu a temperatura subir acima dos 40ºC em muitos países, incluindo Bélgica, França e Holanda. Em Paris, o mercúrio atingiu uma alta histórica de 40,4 ° C. Bateu o recorde em mais de 2 graus, para a nova marca de 42.6C.
Os pesquisadores combinaram informações de observações de temperatura de longo prazo e modelos climáticos para examinar como os eventos teriam se desdobrado com ou sem a influência humana sobre o clima.
Então, quando olham para a França, eles podem dizer que as chances de ter uma onda de calor como a que ocorreu na semana passada foram mais prováveis em pelo menos um fator de 10, mas na verdade poderiam ter sido até 100 vezes maiores.
"Concluímos que tal evento teria uma probabilidade extremamente pequena de ocorrer (menos de uma vez a cada 1.000 anos) sem mudança climática na França", diz o estudo.
A imagem em toda a Europa foi a mesma, dizem pesquisadores.
"Todas as ondas de calor européias que nós e outros analisamos mostraram ser muito mais prováveis e mais intensas devido à mudança climática induzida pelo homem, por isso não foi surpresa que a mudança climática tenha desempenhado um papel", disse Friederike Otto, diretor da Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford.
"Mas é muito mais provável que a onda de calor dependa muito da definição do evento: localização, estação, intensidade e duração. Essa onda de calor de julho de 2019 foi tão extrema sobre a Europa Ocidental continental que as magnitudes observadas seriam extremamente improváveis sem a mudança climática."
Os pesquisadores dizem que a intensidade da onda de calor aumentou entre 1,5 e 3 graus.
"Quando eu fui de bicicleta para casa do trabalho na semana passada, ainda era 37,1 graus", disse o co-autor Dr Geert Jan van Oldenborgh, do KNMI na Holanda.
"Eu teria sentido uma diferença a 34C - você não precisa mais de um termômetro para notar a diferença."
Enquanto o evento durou pouco mais de um dia no Reino Unido, os pesquisadores estimam que a mudança climática tenha pelo menos o dobro da probabilidade. O impacto na intensidade foi estimado entre 1,5 e 2,5ºC.
Os pesquisadores também falam sobre o provável período de retorno desses eventos - ou seja, as chances de ter outro da mesma magnitude. Para Cambridge, eles estimam que sejam 30 anos.
"Um período de retorno de 30 anos, como em Cambridge, significa que a cada ano no clima atual você tem cerca de 3% de chance de ter uma onda de calor como essa", diz o Dr. van Oldenborgh.
"Era muito menor no clima antigo e a cada ano que continuamos emitindo CO2, a probabilidade de ter uma onda de calor como essa aumentaria."
Um problema que os pesquisadores continuam encontrando quando realizam esses rápidos estudos de atribuição é o fato de que os modelos climáticos que estão usando subestimam as observações de alta temperatura que estão sendo feitas no mundo real.
"Nós sabemos há 10 anos que os modelos têm problemas com esses eventos relativamente curtos e muito intensos", diz Geert Jan van Oldenborgh.
"Eles foram projetados para simular temperaturas médias globais e padrões de calor em larga escala, eles não foram projetados para acertar as ondas de calor.
"Todos agora concordam que isso precisa ser descoberto, porque a tendência nas ondas de calor é muito maior do que a tendência do modelo".
Os cientistas afirmam que as temperaturas máximas subiram de 1,5ºC à 3,0ºC em toda
ResponderExcluira Europa por causa do aquecimento global causado pelo homem.