A DEFESA DO MEIO AMBIENTE É A CARA DA INDIGNAÇÃO E DAS DESIGUALDADES SOCIAIS.

Falar de questão ambiental é falar de racismo, de classe, de território e de desigualdade de gênero. 

Nos Estados Unidos, grupos de ativistas da causa da defesa do meio ambiente, compostos por mulheres negras, indígenas e latinas, têm demonstrado os limites daquilo que chamam de eco-feminismo. Segundo elas, os processos de tomadas de decisão e negociações entre governo, organizações não governamentais e empresas devem contar com sua participação. 

Sendo elas as maiores afetadas por essas decisões, essas mulheres têm insistido que o debate sobre meio ambiente deve ser composto por diferentes segmentos da sociedade, que não só grupos social e economicamente privilegiados. Mulheres ambientalistas de diversos grupos raciais e classes sociais querem estar na mesa de decisões sobre a melhor forma de garantir desenvolvimento sustentável, preservação da natureza e qualidade de vida para comunidades pobres.

No Brasil, trago aqui os exemplos dos movimentos indígenas, quilombolas e de comunidades de candomblé para apontar o protagonismo e feitos cotidianos desses grupos, cujas maiores lideranças são mulheres.

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É na região amazônica que estão os maiores índices de vulnerabilidade do país. Segundo dados do IBGE, a coleta de esgoto na região Norte atinge 7,8% dos municípios, enquanto na região Sudeste, mais de 90%. Quando a floresta queima e a violência chega às regiões indígenas, são as mulheres que vêm na frente para declarar guerra a quem ameaça a vida do seu povo.

As comunidades quilombolas também são fundamentais na preservação do meio ambiente, ao mesmo tempo em que defendem seus direitos. É da terra que as mulheres quilombolas tiram a matéria prima para a produção de alimentos e dos produtos naturais que fabricam e que têm como base folhas e ervas, além do artesanato, que garante a sua autonomia financeira.

Por fim, outra frente em defesa da preservação do meio ambiente está nas mãos das religiões afro-brasileiras. De acordo com Makota Valdina Pinto, líder religiosa, ativista pelos direitos das religiões de matriz africana e do meio ambiente, “racismo é um problema ambiental”. No candomblé, a existência da própria religião depende de uma profunda simbiose entre seres humanos e a natureza.

Quando falamos de meio ambiente, estamos inevitavelmente falando de cultura, de sobrevivência e de garantia de direitos dos povos tradicionais e grupos sociais que estão na linha de frente da preservação das matas, dos mares e dos rios, não só para si mesmos, mas para a humanidade. 


Comentários

  1. Falar da luta em defesa do Meio Ambiente, é falar de racismo, de classe, de conflitos de terra e
    desigualdade de gênero.

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