FOGÃO A LENHA NA VENEZUELA COMPROVA QUE POPULAÇÃO JÁ VIVE NO TEMPO DAS CAVERNAS.

A Venezuela retorna ao passado não por modismo, quando a maioria da população prepara suas refeições usando madeira de lenha para cozinhar, mas por necessidade.

Essa prática é observada no interior do país há vários meses e, agora, tornou-se uma realidade também na capital, Caracas. Em busca de madeira para cozinhar, sequer os parques nacionais são poupados.

Cerca de 84% do consumo de gás doméstico em toda a Venezuela é feito por meio de botijões, e apenas 7% da população recebe gás (metano) diretamente em suas residências.

 A estatal Petróleos da Venezuela produz mais gás doméstico do que a população pode consumir. Porém, há falhas tanto nos sistemas de extração, engarrafamento e de distribuição do fluido. A escassez de bujões transformou o quintal das casas ou o pátio dos edifícios em cozinhas abertas. É nesses espaços que as pessoas preparam à moda antiga os alimentos e tentam evitar os danos à saúde causados pela fumaça.



O lento mergulho na crise econômica, após a morte de Chávez e a gestão caótica de Maduro, além das sanções internacionais, fazem com que o país tenha, atualmente, uma única fábrica produtora de GLP e ainda por cima sucateada. Apesar da demanda interna do produto, não há como armazenar e despachar o gás extraído.

A Venezuela chegou a exportar gás propano, a partir do qual o GLP é produzido. Mas, entre 2009 e 2010, o combustível começou a ser importado. Posteriormente, com a imposição de sanções do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, essas operações se tornaram complexas.

O país beira o risco de ficar sem gás para consumo doméstico. Sem contar que cerca de 50% da frota que transporta o gás, seja ele em estado bruto ou já engarrafado, está parada por falta de manutenção ou de peças básicas para os veículos. Atualmente, apenas um barco faz o transporte marítimo do gás.

Em todo o país há um déficit de 12 milhões de bujões de gás. Apenas três milhões de unidades estão em boas condições, tendo em vista que a vida útil de um bujão dura cerca de dez anos. Na Colômbia, um bujão vale muito mais e muitas unidades são contrabandeadas para o país vizinho.

 A lenha que os venezuelanos têm usado para cozinhar é vendida em supermercados, em lojinhas e até mesmo em camelôs, que buscam, assim, ganhar algum dinheiro para comprar comida.

No interior do país, caminhões da estatal Petróleos da Venezuela Gás Comunal, que deveriam fazer a venda dos botijões de gás, são vistos transportando lenha. Quem pode, compra fogões portáteis movidos a energia elétrica.Outros ignoram as determinações legais e buscam madeira em lugares protegidos. Essa situação vem acontecendo no Parque Nacional Henri Pittier, criado em 1937 e com árvores centenárias, de cerca de 800 anos.

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Para alguns, a prática de cozinhar à lenha significa uma volta à década de 1930, uma situação inesperada para este país que já foi considerado o mais próspero da América do Sul.








Comentários

  1. Em todo o país há um déficit de 12 milhões de bujões de gás. A lenha que os venezuelanos têm usado para cozinhar é vendida em supermercados, em lojinhas e até mesmo em camelôs, que buscam, assim, ganhar algum dinheiro para comprar comida.

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