PLANTAS E FUNGOS SÃO RECURSOS DE MEDICAMENTOS QUE SE PERDEM COM A DESTRUIÇÃO DE ECOSSISTEMAS.

 Mais de um terço dos medicamentos modernos é derivado direta ou indiretamente de produtos naturais, como plantas, microrganismos e animais, e entre 60% e 80% dos antibióticos e medicamentos anticâncer se originam de compostos químicos encontrados no mundo natural. Sem essas plantas e fungos medicinais, o futuro da saúde humana corre sério risco.

Longe de serem prerrogativa de um nicho de tradições de cura, as plantas medicinais e os fungos são fundamentais para a farmacologia moderna, diz João Calixto, professor de Farmacologia e diretor do Centro de Inovação e Ensaios Pré-clínicos (CIEnP), entidade sem fins lucrativos localizada em Florianópolis, Santa Catarina.

 A história do desenvolvimento da medicina moderna, foi quase inteiramente baseada no estudo de plantas medicinais e microrganismos, especialmente para a fabricação de agentes anti-infecciosos.

Morfina e codeína, por exemplo, que estão entre os analgésicos mais consumidos, derivam da flor da papoula; o paclitaxel (taxol) é um medicamento quimioterápico comumente usado e obtido a partir da casca do teixo do Pacífico; a penicilina, um dos primeiros antibióticos, deriva de um mofo; e remédios para reduzir o colesterol se baseiam nas propriedades encontradas em fungos.



Todos eles são um recurso vital para uma indústria farmacêutica global avaliada em cerca de 1,1 trilhão de dólares e um comércio global de espécies de plantas aromáticas e medicinais no valor de 3,3 bilhões de dólares.

O desmatamento, visando abrir espaço para a agricultura, e a expansão das cidades em áreas ricas em biodiversidade, como Brasil, Etiópia, Índia e América do Norte, dizimaram grandes áreas de floresta e habitats selvagens onde essas plantas e fungos são encontrados. A perda de habitat é a principal ameaça que as espécies enfrentam,

Tem havido pouca consciência sobre a real e potencial ameaça ao provimento dessas espécies, das quais as empresas farmacêuticas e de produtos herbais dependem e das quais as pessoas dependem para sua saúde. Dado que 80% dessas plantas são colhidas na natureza e de fontes que se esgotam rapidamente, uma solução aparentemente lógica seria o cultivo.

A conversão de habitats nativos em espaços destinados à agricultura é crescente e preocupante  e totalmente em desacordo com o nível atual de atenção global que está sendo dado às plantas medicinais e fungos.

A Prunus africana, ou cereja africana, uma árvore nativa das regiões montanhosas da África tropical e de Madagascar, é uma dessas espécies-chave, responsável por ajudar uma série de outras plantas, animais e organismos a prosperar no ecossistema imediato. Colhida devido ao papel medicinal de sua casca no tratamento de problemas de próstata, a Prunus africana também é uma espécie de planta ameaçada de extinção. 

Além de seu valor direto para a saúde humana, muitas dessas plantas medicinais desempenham um papel crucial no apoio à biodiversidade – um fator determinante na saúde humana.





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  1. Mais de um terço dos medicamentos modernos é derivado direta ou indiretamente de produtos naturais, como plantas, microrganismos e animais, e entre 60% e 80% dos antibióticos e medicamentos anticâncer se originam de compostos químicos encontrados no mundo natural. Sem essas plantas e fungos medicinais, o futuro da saúde humana corre sério risco.

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