As hidrelétricas somadas à criação de búfalos além de acabar com o fenômeno da pororoca está provocando forte erosão no arquipélago do Bailique, próximo à foz do Araguari, onde vivem em torno de 13 mil pessoas, a maiorias das quais explorando o açaí e a pesca artesanal.
A desembocadura do Araguari estava em processo avançado de fechamento por conta de um contundente assoreamento, e a perda de vazão fez com que sua pororoca, considerada uma das maiores do mundo, passasse a entrar por um rio secundário.
As alterações ‘antrópicas’ que resultaram em menor vazão do Araguari. A primeira foi a Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes, construída em 1976. Ela foi a primeira usina a produzir energia elétrica na Amazônia.Depois veio a Ferreira Gomes, feita em 2014. Segundo o Mongabay, “a vazão praticamente parou e não conseguiu mais retirar a lama deixada pela pororoca.”Três anos depois, a pá de cal no leito do Araguari veio com a terceira hidrelétrica, Cachoeira Caldeirão, em 2017.
O encontro de águas, do rio Araguari com o Oceano Atlântico, perdeu o encantamento que tinha no Amapá, e desde 2013 a pororoca não mais acontece. A pororoca era um fenômeno natural produzido pelo encontro das correntes fluviais com a maré do Oceano Atlântico. Rio e mar se confrontavam, criando uma onda que percorria mais de dez quilômetros. Gente de todo o mundo desembarcava no Amapá em busca da onda perfeita.
De acordo com o ICMBio, a atividade pecuária, principalmente a criação de búfalos, criou valas e canais que drenaram o curso d’água. Para os pesquisadores, os responsáveis pelo desvio da água foram dois igarapés. O Gurijuba e Urucurituba eram igarapés que foram crescendo de tamanho e profundidade a ponto de conectarem as bacias hidrográficas do Amazonas e do Araguari — até então incomunicáveis, exceto no período das cheias.
O problema do Araguari não é exceção. É regra. Assim são tratados os corpos d’água no Brasil.
Veja como eram as pororocas:
As hidrelétricas somadas à criação de búfalos além de acabar com o fenômeno da pororoca está provocando forte erosão no arquipélago do Bailique, próximo à foz do Araguari, onde vivem em torno de 13 mil pessoas.
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