A MAIOR RESERVA DE NIÓBIO DO MUNDO FICA EM TERRAS INDÍGENAS QUASE INACESSÍVEIS DA AMAZÔNIA.

São Gabriel da Cachoeira (AM), é um ponto verde na floresta amazônica, onde habitam 23 povos indígenas. A algumas dezenas de quilômetros da cidade, está o maior depósito mundial de nióbio.

São 2,9 bilhões de toneladas de nióbio no subsolo, nunca explorados. Sobre   a jazida, montanhas, formações rochosas de diversos formatos, orquídeas e lagoas de diferentes cores formam uma das regiões mais singulares da Amazônia, distante da infinita planície verde associada à região.

SALDÃO DA INFORMÁTICA - NOTEBOOKS, IPHONES E TVS.

 O local, conhecido como Seis Lagos, guiada por moradores da Terra Indígena (TI) Balaio. As comunidades ali debatem se a região tem mais vocação para o turismo ou para a mineração, embora estejam mais preocupados com seu quase isolamento devido ao péssimo estado de conservação da BR-307, a rodovia de acesso.

Na prática, a rodovia federal é um corredor de lama, por onde só passam Toyotas Bandeirantes. A reportagem percorreu o trecho em 4h30, numa velocidade de 19km/h. O preço: R$ 2.000, ida e volta.

Para chegar ao local onde se encontram as jazidas de nióbio, é preciso subir um igarapé por cerca de 2h. Depois, a parte mais exaustiva: 4h de caminhada montanha acima. No caminho, a altura das árvores diminui à medida que a altitude sobe e o terreno fica mais pedregoso. A primeira lagoa, de águas verdes, aparece no caminho, no fundo de um vale.

A exploração do nióbio em Seis Lagos tem obstáculos quase intransponíveis. 

O local está incluído em três áreas protegidas e sobrepostas: além da TI Balaio, a área pertence ao Parque Nacional Serra da Neblina e à Reserva Biológica Morro dos Seis Lagos, esta do governo estadual do Amazonas. Nenhuma dessas categorias permite a atividade de extração do mineral.

Outro impeditivo à exploração do nióbio amazônico está na demanda. O Brasil já é o principal produtor mundial, com 88% do total, segundo o Serviço Geológico dos EUA. A maior parte do nióbio vem da CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), sob controle da família sócia do Itaú Unibanco, localizada em Araxá (MG). A empresa estima ter reservas para produzir por pelo menos mais dois séculos.

Não existe, no momento,  interesse de mineradoras no Morro de Seis Lagos, há alguns kilômetros em estradas de lama de reservas, parques e terras indígenas protegidas, embora, Bolsonaro admita usar o nióbio e abrir a mineração em terras indígenas –a atividade está permitida pela Constituição, desde que regulamentada e após consulta prévia aos povos afetados.

Com ou sem exploração de nióbio, a mineração tem sido um dos temas mais discutidos entre os indígenas quando garimpeiros e mineradores invadiram suas terras e os indígenas se organizaram para expulsar os garimpeiros e mineradores. A região permanece sob tensão, e os 23 povos indígenas da região não recebem ajuda governamental.


Comentários

  1. Para chegar as jazidas de nióbio, é preciso subir um igarapé por cerca de 2h. Na prática, a rodovia federal é um corredor de lama, por onde só passam Toyotas Bandeirantes. Depois, a parte mais exaustiva: 4h de caminhada montanha acima. No caminho, a altura das árvores diminui à medida que a altitude sobe e o terreno fica mais pedregoso.

    ResponderExcluir
  2. Eu só espero que o presidente não faça do local, uma Serra Pelada, o nióbio é raridade no mundo, um motivo a mais para cobiça dos abutres usurpadores, tanto estrangeiros, quanto brasileiros sempre mal intencionados.
    Preocupações a parte, o Brasil é uma riqueza só, o difícil é preservar.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Nossa intenção é proporcionar aos leitores, uma experiência atualizada sobre os fatos globais que possam ser discutidos
e possam provocar reflexões sobre o modelo de sustentabilidade
que desejamos adotar para garantir agora e no futuro a qualidade
de vida para todas as espécies da Terra.