MISSÃO ROBÓTICA DA CHINA CHEGARÁ À MARTE ATÉ MARÇO DE 2021 SE TUDO DER CERTO.

As chances de uma missão perfeita são assustadoras: das dezenas de tentativas da humanidade de orbitar ou pousar em Marte até agora, poucas tiveram sucesso.

Até o momento, a experiência de viagens espaciais da China além da órbita da Terra foi limitada a várias missões robóticas à lua e um orbitador que pegou carona em uma missão russa fracassada à lua marciana de Fobos em 2011.

A espaçonave, chamada Tianwen-1, ou “Busca pela Verdade Celestial”, está carregada com 13 instrumentos científicos para examinar o Planeta Vermelho da órbita e em sua superfície. Tianwen-1 examinará como o gelo de água é distribuído em Marte, bem como a evolução física do planeta e sua habitabilidade ao longo do tempo. A missão - consistindo em um orbitador, módulo de pouso e rover (veículo para se mover em solo marciano).

SALDÃO DA INFORMÁTICA - NOTEBOOKS, IPHONES E TVS.

Com um foguete lançador da espaçonave, de cinco metros de largura e 57 metros de altura onde decolou da ilha de Hainan, no sul da China, o país está silenciosamente fazendo mistério sobre a sua primeira viagem individual a Marte. 

Um entrave ao sucesso da sonda Tianwen-1 é que ela deve navegar pela desafiadora atmosfera marciana, que é espessa o suficiente para superaquecer a sonda, mas muito fina para desacelerá-la o suficiente. A tecnologia de entrada, descida e pouso da espaçonave usa um escudo térmico, um pára-quedas e um retro-motor para desacelerar sua descida, um arranjo semelhante ao de missões anteriores dos EUA . Ainda assim, quando a embarcação estiver apenas 100 metros acima da superfície, ela fará uma pausa, tirará fotos da área e calculará rapidamente o melhor local de pouso. Em seguida, ele se deslocará horizontalmente para o centro acima desse local e cuidadosamente tocará para baixo com as quatro pernas da sonda.

Se Tianwen-1 pousar com sucesso, sua pesquisa poderá iluminar novos aspectos de Marte. Por exemplo, o orbitador e o rover são equipados com um radar de penetração no solo para mapear as camadas geológicas abaixo da superfície. O radar no orbitador pode “ver” a uma profundidade de alguns milhares de metros, enquanto o instrumento no rover tem uma visão mais rasa, mas com resolução nítida de centímetro. “O principal objetivo da China [com esses radares] é explorar a camada de gelo-água ” sob a superfície do planeta.

 Uma hipótese predominante é que o Planeta Vermelho costumava ter um campo magnético global como o da Terra. Quando seu núcleo menor de ferro derretido esfriou, no entanto, Marte perdeu gradualmente esse escudo, expondo o mundo ao vento solar e à radiação, afinando sua atmosfera e condenando qualquer água que pudesse ter fluído em sua superfície. Desde 2014, a missão Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN) da NASA encontrou ampla evidência para apoiar este cenário, mas os cientistas anseiam por uma imagem mais completa. “Tianwen-1 será muito útil para fornecer mais evidências de uma órbita diferente e do solo.

Espera-se que a equipe chinesa compartilhe dados com a comunidade internacional, identificando a evolução ambiental de Marte. Os geólogos suspeitam há muito tempo que esta região está coberta por antigos fluxos de lama, apontando para reservas de água passada. 

A dependência de Tianwen-1 do sol obrigou sua equipe a projetar instrumentos resistentes, diz Rong Shu, do Instituto de Física Técnica de Xangai da Academia Chinesa de Ciências. “Como nosso rover não tem potência de radioisótopo, todos os instrumentos precisam suportar temperaturas tão baixas quanto –90 graus Celsius em repouso e operam na faixa de temperatura de –40 a –30 graus C”, acrescenta.