A EXPERIÊNCIA DE QUEM FOI ATACADO POR UM TUBARÃO-BRANCO E TER A SORTE DE SOBREVIVER.

João Portinari praticava windsurfe em Búzios, quando sofreu um ataque quase fatal da fera mais temida os oceanos. Mesmo com a perna dilacerada, ele conseguiu subir de volta na prancha e velejar cerca de 15 quilômetros até a costa.

Na hora que fiz uma manobra de 180 graus, minha prancha começou a afundar. Como estava muito distante da praia, resolvi entrar na água. Eu entrei, senti uma batida na minha perna. E veio um puxão muito forte me levando por fundo. Quando senti, tive certeza de que era um tubarão. Morri, foi o que pensei na hora. Mas ele puxou e me soltou. Ele fez um golpe pra mergulhar pro fundo, um pedaço da cauda dele saiu da água e bateu na minha vela. 

                                            


Foi muito rápido. Eu fiquei debaixo d’água, voltei pra superfície. Ficou uma poça de sangue. Botei a perna boa e fiz uma manobra chamada water-start, que a vela te puxa pra cima da prancha. E aí consegui velejar.

Demorei até a praia uns 20 minutos. E sangrando. No final, eu levei 250 pontos, sendo 50 internos na musculatura. Minha panturrilha ficou pendurada. Foi bem no limite a mordida. O médico que costurou falou: Cara, tô vendo tua (artéria) femoral exposta, mas intacta. Hoje em dia eu falo que o tubarão foi amigo, ele deu uma mordida cirúrgica, no limite para eu conseguir sobreviver. A recuperação levou dez meses.

Depois do ataque pelo tubarão branco voltei pro mar, fui trabalhar na Polinésia Francesa, que é o lugar do mundo que tem mais tubarão. Eu passei os dez anos seguintes mergulhando com tubarão, em lugar com 50 tubarões. Porque fui trabalhar em fazenda de pérola. Passei a filmar tubarão debaixo d’água. Tubarão era o peixe que eu mais gostava antes do ataque. E depois também. Aumentou esse fascínio por tubarão.

Foi muita “sorte” o ataque ser de um tubarão branco.  Os tubarões que atacam o ser humano, basicamente, são o tibre, o cabeça chata e o branco. Desses, o branco é o mais “inofensivo”. Porque o ataque dele é investigativo. Ele morde e solta a presa. Porque ele está acostumado a atacar presas grandes, que revidam. Então, ele morde, sai de perto e espera a presa sangrar até ficar fraca. Já os outros tiram um pedaço logo no primeiro ataque. Se tigre ou cabeça chata, seria fatal, com certeza.

Olhei pra trás uma vez e tinha certeza de que o predador não estava me seguindo, pois o windsurfe é muito rápido. O tubarão até consegue nadar na velocidade do windsurfe, uns 35Km/h, mas consegue dar um tiro. Ele não consegue acompanhar. É muita velocidade. 

Quando cheguei do hospital, me botaram no sofá e ligaram a TV. Estava passando justamente "Tubarão". Aí, correram pra desligar, e eu disse: Não, deixa, eu quero ver. Mas só aguentei ver cinco minutos e pedi pra tirar.      Meio Mundo-site de informação socioambiental.

Comentários

  1. Depois do ataque pelo tubarão branco voltei pro mar, fui trabalhar na Polinésia Francesa, que é o lugar do mundo que tem mais tubarão. Tubarão era o peixe que eu mais gostava antes do ataque. E depois também. Aumentou esse fascínio por tubarão.

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  2. Eu talvez pudesse ter uma reação inversa a pessoa que foi atacada por um tubarão.

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