CONTROLE BIOLÓGICO PARA RESTRINGIR OS EFEITOS ECOLÓGICOS NEGATIVOS DOS PESTICIDAS.

O número de pesticidas disponíveis para os agricultores está se esgotando. Em 2018, três inseticidas de uma classe de substâncias químicas chamadas neonicotinoides foram proibidos de forma definitiva pela União Europeia.

Esses produtos químicos, que têm uma estrutura semelhante à da nicotina, revestem as sementes para protegê-las de pragas no solo. No entanto, conforme a plantação cresce, o pesticida é absorvido e se espalha por todo o tecido da planta, se acumulando no pólen e no néctar. Polinizadores selvagens e domesticados que se alimentam dessas plantas são então expostos ao pesticida.

Ao contaminar o meio ambiente ao redor das terras agrícolas, os pesticidas ( insumos químicos) simplificam comunidades biológicas e degradam os ecossistemas. 

Há basicamente três tipos de biocontroles: predadores, parasitoides e patógenos. Sapos-cururu são um exemplo de biocontrole predatório. Eles se alimentam de besouro-da-cana, mas infelizmente não são muito exigentes (são "polífagos"), e na Austrália começaram a se alimentar de outros insetos nativos que não eram pragas.

                                   


Os parasitoides são um pouco mais macabros. Frequentemente, esse tipo de biocontrole é feito por espécies de vespas ou moscas parasitas que colocam seus ovos dentro de lagartas ou besouros apenas para que as larvas resultantes escapem do abdômen do hospedeiro, matando-o no processo.

Já os patógenos podem assumir a forma de fungos, vírus ou bactérias que matam ou tornam seu hospedeiro infértil. Eles tendem a ter como alvo espécies bastante específicas de pragas, o que os torna uma escolha popular para pesquisas modernas de biocontrole, uma vez que há um risco menor de atacarem outras espécies inofensivas com consequências indesejadas. Embora, como todos nós descobrimos recentemente, os vírus podem de vez em quando saltar de espécies com bastante sucesso.

Biocontroles bem-sucedidos devem ter uma alta taxa de reprodução, para que possam se multiplicar rapidamente ao detectar uma praga, ser bem específicos no que se refere às espécies que têm como alvo e capazes de buscar suas presas com eficiência. 

O sapo-cururu é um exemplo (embora um tanto ruim) do biocontrole clássico — em que uma nova espécie é introduzida no meio ambiente. A forma clássica de biocontrole é voltada especificamente para o manejo de espécies invasoras.

O biocontrole oferece a opção de voltar à região de origem daquela praga, estudar os inimigos naturais coevoluídos e escolher os organismos que são altamente eficazes no seu controle.

Em um estudo sobre o cultivo de repolho, onde havia uma alta proporção de pradarias ao redor de uma plantação, o número de lagartas comedoras de repolho foi menor. Isso provavelmente se deve à maior presença de vespas parasitas nesses ambientes, dizem os pesquisadores. 

Um patógeno ou parasita é introduzido em uma plantação em um momento chave — talvez quando as pragas começam a se reproduzir ou botar ovos, ou até mesmo antes da chegada da praga — de modo que as espécies de controle rapidamente anulem sua ameaça, antes que sejam reduzidas e também extintas naquela área. 

A vantagem dessa abordagem é que você pode ser muito específico ao atacar as espécies de pragas. 

Nos últimos anos, a popularidade dos biocontroles se espalhou para outros setores, como floricultura, viticultura (cultivo de uva) e de frutas ao ar livre, como morangos. 

Quando os agricultores de grandes áreas de plantio passam a adotar biocontroles para seus cereais e grãos, os ventos voltam a soprar a favor. Na prática, nenhum controle biológico é perfeito. Então, os pesquisadores pesam os riscos associados a cada um deles.



Comentários

  1. Biocontroles bem-sucedidos devem ter uma alta taxa de reprodução, para que possam se multiplicar rapidamente ao detectar uma praga, ser bem específicos no que se refere às espécies que têm como alvo e capazes de buscar suas presas com eficiência.

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  2. Nas postagens anteriores desse extraordinário blogueiro, li sobre o trator lança-chamas, que tem uma eficácia quase que a ideal, a aplicação do trator lança-chamas no preparo da terra para o cultivo, dispensa os inseticidas, agrotóxicos de qualquer espécies e acabam comas plantas daninhas. Acho que é um excelente aliado, só não sei se é viável financeiramente.

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