CRESCE O NÚMERO DE DESEMPREGADAS QUE VENDEM FOTOS NUAS EM SITES NA PANDEMIA POR DESESPERO E DINHEIRO FÁCIL.

Savannah Benavidez parou de trabalhar como secretária de um médico, em junho, para tomar conta do filho de dois anos depois que a creche fechou. Tendo de sobreviver, ela criou uma conta no OnlyFans – uma plataforma de rede social em que os usuários vendem conteúdo original para assinantes mensais – e começou a postar fotos de si mesma nua ou com uma peça de lingerie.

É muito mais do que eu consegui ganhar em qualquer emprego”, contou. “Tenho tanto dinheiro que não sei o que fazer com ele.

Lexi Eixenberger esperava obter um sucesso semelhante quando começou a conta na OnlyFans, em novembro. Funcionária de um restaurante no Estado americano de Montana, Lexi, de 22 anos, foi demitida três vezes durante a pandemia e, em outubro, estava precisando tanto de dinheiro que teve de sair do curso para ser higienista dental. Fazendo todo tipo de trabalho, ainda não ganhava o suficiente para pagar as contas. Então, por sugestão de algumas amigas, recorreu ao OnlyFans. Mas até agora ganhou apenas cerca de US$ 500.

                                                


Com milhões de americanas desempregadas, algumas como Benavidez e Eixenberger decidiram recorrer ao OnlyFans na tentativa de prover a si mesmas e à família. A pandemia foi particularmente devastadora para as mulheres e as mães porque acabou com alguns setores da economia em que elas predominavam, como as lojas de varejo, restaurantes e na área de saúde em geral.

Muitas estão migrando para o OnlyFans por puro desespero”, afirmou Angela Jones, professora adjunta de sociologia da Universidade Estadual de Nova York em Farmingdale. “É que elas têm a preocupação da comida, em manter as luzes acesas, e ainda temem ser despejadas.

As criadoras de conteúdo mais bem-sucedidas em geral são modelos, estrelas pornô e celebridades que já têm um grande número de seguidores nas redes sociais. Elas podem usar suas outras plataformas online para atrair seguidores para as próprias contas no OnlyFans, onde oferecem conteúdo exclusivo aos que se dispõem a pagar uma taxa mensal – inclusive conteúdo personalizado em troca de um pagamento extra. 

O OnlyFans fica com 20% de todos os pagamentos. Algumas criadoras conseguem dinheiro extra por meio de aplicativos de pagamentos de celular, que não estão sujeitos a estes cortes. Benavidez ganha a maior parte do seu faturamento desta maneira.

O trabalho com sexo digital pode dar uma ilusão de segurança e privacidade – as criadoras de conteúdo podem ser pagas sem precisarem interagir com clientes pessoalmente. Mas isto não significa que elas não estejam correndo riscos.

“O trabalho do sexo online é uma alternativa muito mais atraente para muitas pessoas do que trabalhar na rua ou vender serviços sexuais diretos”, disse Barb Brents, professora de sociologia da Universidade de Nevada, em Las Vegas. “Agora, todo mundo que esteja ingressando neste tipo de ocupação deve estar consciente de que há perigos”.

O sexo digital pode ser mais um dos efeitos colaterais dessa pandemia, mas embora possa salvar muitas mulheres desempregadas do sufoco, os danos psicológicos a homens e mulheres são muitas vezes reais e acontece que logo elas acabam enjoando desse estilo de vida de tirar fotos nuas e vendê-las e tentem preservar suas imagens para que possam outra vez, pós-pandemia, arrumar um bom emprego de carteira assinada.

Comentários

  1. O trabalho com sexo digital pode dar uma ilusão de segurança e privacidade – as criadoras de conteúdo podem ser pagas sem precisarem interagir com clientes pessoalmente. Mas isto não significa que elas não estejam correndo riscos.

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  2. A que ponto chega o desespero, a busca pela sobrevivência justifica tendência a recorrer por trabalhos antes inimagináveis, porém lícitos, o que torna ainda mais justificável no caso de mulheres chefes de família.

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