ANIMAIS SEQUESTRADORES DE CLOROPLASTOS DEPENDEM DA FOTOSSÍNTESE EM SEUS CORPOS.

Nas plantas e algas, a fotossíntese é realizada em uma estrutura chamada cloroplasto, que contém clorofila, os pigmentos de coloração verde indispensáveis para a conversão da energia solar em energia química. Os animais, entretanto, não possuem essa organela.

Aprendemos que, ao contrário dos animais, as plantas são capazes de gerar energia por meio da fotossíntese, a partir da luz solar. Nos últimos anos, contudo, os cientistas descobriram espécies capazes de processar a luz solar realizando simbiose com as algas ou simplesmente "sequestrando" seus cloroplastos. Uma delas é uma lesma ou lebre do mar — que é verde — e curiosamente parece uma folha: a Elysia chlorotica, ela é capaz de viver meses "alimentada" pela luz do sol, como se fosse uma planta.

Obviamente todo mundo associa a fotossíntese a plantas ou algas, mas encontrar animais que direta ou indiretamente se beneficiam da fotossíntese é algo surpreendente.

A Elysia pertence a um grupo de moluscos gastrópodes, em que também se encontram os caracóis e lesmas de jardim. Ela faz parte de um grupo específico de lesmas-do-mar especializadas em roubar coisas de outros organismos.Outros membros desse grupo, "roubam" cloroplastos de algas para incorporá-los em suas células digestivas.

O que elas fazem é escravizar as algas para extrair os cloroplastos e se alimentar deles.

                                                    


"Elas têm uma parte especial da célula onde armazenam esses cloroplastos, e como os cloroplastos não têm ideia de onde estão, são organelas e não pensam, continuam a fazer fotossíntese", explica o pesquisador. Este roubo de cloroplastos é um processo chamado "cleptoplastia".

Alguns estudos mostram que os cloroplastos podem realizar fotossíntese dentro da Elysia por até nove a 12 meses — e durante todo esse período continuam a nutrir o animal.

As algas vivem dentro dos corais, e os corais oferecem proteção às algas de predadores e mudanças ambientais, e as algas produzem alimento para os corais, assim como os cloroplastos fazem com as lebres-do-mar. Foi observado que cada pólipo de coral abriga uma espécie de alga, e estas fornecem energia ao coral por meio da fotossíntese, auxiliando também em sua calcificação.

As mudanças climáticas estão fazendo com que as algas se afastem dos corais provocando o seu branqueamento. Por alguma razão, quando as condições ficam hostis, as algas vão embora, abandonam o coral, e os corais morrem.

                                               


Todas essas criaturas são seres muito distantes para nós. Mas há um vertebrado que é capaz de explorar a abundante fonte de energia do Sol para se alimentar: a salamandra manchada (Ambystima maculatum), que é um anfíbio da família Ambustomatidae, também é capaz de manter uma relação simbiótica com as algas. Nesse caso, são os embriões da salamandra que se beneficiam da fotossíntese.


 Foi demonstrado que as algas vivem nos ovos dentro dos embriões, onde atuariam como usinas de energia internas que geram alimento para as salamandras.Os ovos são capazes de se integrar às algas e se alimentam da comida produzida pelas algas para levar adiante o desenvolvimento embrionário.

A salamandra é o único exemplo de vertebrado que faz simbiose. Isso se chama endossimbiose (simbiose interna), uma vez que as algas estão dentro do corpo do animal.







Comentários

  1. Os embriões da salamandra manchada se beneficiam da fotossíntese sendo capazes de explorar a abundante fonte de energia do Sol para se alimentar. Todo mundo associa a fotossíntese a plantas ou algas, mas encontrar animais que direta ou indiretamente se beneficiam da fotossíntese é algo surpreendente.

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  2. Essas pesquisas nesses animais que de alguma maneira aguça nosso propósito de entender o porquê, faz com que descobertas de fontes de energia e energia sustentável, sejam descobertas por meios de ensinamentos que a naturezas sem maiores pretensões, e sim pelo simples fato de existir, nos oferecem idéias que uma vez pesquisadas, percebemos o quão indispensáveis esses animais representam na construção de um mundo mais natural e sustentável.

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