LEGUMINOSAS PRODUZEM UMA FLORAÇÃO ABUNDANTE QUANDO O GENE "SUPERMAN" É INDUZIDO ( MUITOS ESTAMES E CARPELOS).

Biologistas moleculares verificaram que o gene SUPERMAN determina o número de flores em plantas leguminosas. A descoberta publicada no  The Plant Journal , abre as portas para seu uso para o aprimoramento e obtenção de novas variedades mais produtivas. Isso significa que a indução do gene SUPERMAN da planta, será mais vantajosa do ponto de vista reprodutivo.

As leguminosas são um grande grupo de plantas de grande importância pelo seu valor nutricional para a nutrição humana e pecuária. As famílias de leguminosas são caracterizadas por algumas características distintas, como sua inflorescência composta ou seu complexo desenvolvimento floral. “Para entender melhor essas características, é importante estudar os principais genes reguladores envolvidos no desenvolvimento da inflorescência e da flor”.

O gene SUPERMAN (SUP) é um repressor ativo que controla o número de estames (órgãos reprodutores masculinos) e carpelos (órgãos reprodutivos femininos) em Arabidopsis thaliana , planta usada como modelo para esse tipo de estudo. O SUP controla a expressão dos genes que irão formar os estames no terceiro verticilo da flor, atuando como uma barreira impedindo que sua expressão passe para o quarto verticilo, onde se formará o carpelo.

                               

      

Se o gene SUP sofre uma mutação induzida em laboratório e é inativado, esses genes também se expressam no quarto verticilo, formando um número maior de estames no centro da flor” .  É daí que vem o nome SUPERMAN, já que as flores do mutante têm mais órgãos masculinos do que os normais . 

A principal novidade é que, na leguminosa, o MtSUP controla a determinação do meristema inflorescente secundário (I2) e dos primórdios comuns às pétalas e estames. Quando ocorre uma mutação desse gene, novas flores são geradas em vez de um órgão vegetativo residual denominado 'espiga' (espiga), semelhante a uma bráctea e que se desenvolve lateralmente à flor. A inflorescência selvagem normalmente produz uma ou duas flores e termina em uma haste.

No mutante mtsup-1, mais flores são produzidas a partir do meristema I2, e este meristema encerra sua atividade produzindo uma flor em vez da espiga. Esta nova função afeta um traço muito importante das inflorescências de leguminosas: o número de flores que produzem.

Para Luis Cañas, “um bom conhecimento dos genes que controlam o desenvolvimento foral e a frutificação das leguminosas é importante para o seu melhoramento genético e a geração de novas variedades de alta produtividade” .