Em um relatório na sexta-feira, o bureau meteorológico provincial emitiu avisos sobre "chuvas fortes repentinas, granizo, relâmpagos [e] ventos fortes" em Gansu. A mídia estatal relatou que as temperaturas caíram abaixo de zero, atingindo os corredores com chuva, granizo e granizo.
Por causa da previsão de tempo instável e ruim, o órgão que rege os esportes da China ordenou melhorias na gestão de segurança em eventos esportivos nacionais, incluindo planos de contingência detalhados para incidentes e medidas para cancelamentos de emergência, dizendo que havia "problemas e deficiências" no modelo de gestão para corridas.
Mesmo assim, a corrida aconteceu e as autoridades chinesas iniciaram uma investigação sobre a morte de 21 pessoas em uma ultramaratona no fim de semana, enquanto familiares e amigos dos competidores que morreram no tempo gelado questionaram como isso foi permitido.
Outros oito corredores ficaram feridos quando o clima extremo atingiu a corrida de alta altitude de 100 km (62 milhas) na Floresta de Pedra do Rio Amarelo, perto de Baiyin, no noroeste da província de Gansu. Mais de 700 equipes de resgate foram enviadas com drones de imagens térmicas e detectores de radar para encontrar os 172 competidores que estavam correndo com pouca roupa de proteção além de mantas de alumínio de emergência, algumas das quais supostamente destruídas por ventos fortes.
Os observadores culparam os organizadores da corrida, acusando-os de não levarem em consideração as previsões meteorológicas para a província, que costuma ser atingida por condições climáticas extremas.
Entre os mortos estavam corredores de elite, incluindo o recordista Liang Jing, de 31 anos, que deixa uma filha de dois anos, e o paraolímpico Huang Ganjun. Liang venceu várias ultramaratonas chinesas nos últimos anos, enquanto Huang venceu a maratona masculina para deficientes auditivos nos Jogos Paraolímpicos Nacionais de 2019.
“Ainda estou pasmo com a notícia. Como isso pôde acontecer? Não consigo acreditar ”, disse o pai de Liang à mídia.
Dos seis primeiros competidores, apenas um - Zhang Xiaotao - teria sobrevivido. Em uma postagem no Weibo, Zhang descreveu ter superado Huang, que tinha problemas de fala e audição, na montanha quando o tempo começou a mudar. Ele também descreveu a corrida com Wu Pan-rong, que ficou em quinto lugar, por um tempo, apoiando um ao outro antes de se separarem. Wu também está entre os mortos.
Zhang disse que caiu várias vezes e, a certa altura, “não conseguia se levantar”. Ele disse que se cobriu com o cobertor de emergência e disparou seu localizador GPS antes de desmaiar.
O incidente gerou indignação nas redes sociais. Hashtags do Weibo e tópicos de mensagens relacionados foram vistos mais de 120 milhões de vezes, com alguns chamando-o de “desastre feito pelo homem”. É sufocante saber que isso poderia ter sido evitado. É puramente uma tragédia criada pelo homem.
Em uma coletiva de imprensa no domingo, os oficiais de Baiyin se curvaram e se desculparam, dizendo que estavam tristes com a morte trágica dos corredores e que eles eram os culpados.
Zhang disse que caiu várias vezes e, a certa altura, “não conseguia se levantar”. Ele disse que se cobriu com o cobertor de emergência e disparou seu localizador GPS antes de desmaiar.
ResponderExcluirAdversidades climáticas, são previsíveis, mas as vezes surpreendem.
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