POR CAUSA DO AGROTÓXICO GLIFOSATO USADO NA AGRICULTURA AUMENTA A MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL.

A disseminação do glifosato nas lavouras de soja levou a uma alta de 8% na mortalidade infantil em municípios do Sul e Centro-Oeste que recebem água de regiões sojicultoras. Apesar dos agrotóxicos em geral, estarem presentes no corpo de mais de 50% da população ocidental, não sabemos se isso é danoso ou não à saúde humana e em que proporção.

Essa pesquisa visa demonstrar a contaminação através dos cursos de água em áreas distantes das áreas de uso, de uma maneira que nunca havida sido feita anteriormente.

                                         


A Bayer, dona desde 2018 da Monsanto - empresa que lançou o glifosato no mercado em 1974, sob o nome comercial Roundup e outras empresas que comercializam o glifosato- avaliam os resultados do estudo como "não confiáveis e mal conduzidos" e diz que a segurança de seus produtos é a maior prioridade das companhias.

Herbicida mais utilizado no mundo atualmente, o glifosato foi descoberto pela Monsanto em 1970. O defensivo é usado para eliminação de ervas daninhas na agricultura, agindo através do bloqueio de uma enzima que faz parte da síntese de aminoácidos essenciais para o desenvolvimento das plantas.

O glifosato é um herbicida não-seletivo, ou seja, mata a maioria dos vegetais. Por conta disso, seu uso na agricultura se popularizou associado a culturas geneticamente modificadas para resistir ao princípio ativo.É o caso da soja transgênica, comercializada pela Monsanto sob o nome de Roundup Ready, justamente por ser resistente ao glifosato.

Na Europa, atualmente, a autorização do uso do glifosato vale até dezembro de 2022. A Áustria se tornou o primeiro país da região a banir o produto, em 2019, enquanto a Alemanha planeja prescindir do herbicida a partir de 2024.

A água brasileira pode ser considerada potável contendo até 500 microgramas de glifosato por litro, enquanto a água da União Europeia pode ter no máximo 0,1 micrograma de glifosato", destaca Tygel. "Então, o limite brasileiro é 5.000 vezes maior do que o limite da União Europeia.

Não bastassem essas diferenças regulatórias já existentes, o agronegócio brasileiro tem pressionado nos últimos anos pela aprovação no Congresso do Projeto de Lei 6.299/2002, que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação dos agrotóxicos. O projeto foi apelidado por ambientalistas de "PL do Veneno".

No período entre 2004 e 2010, quando ocorreu a maior expansão da produção de soja transgênica no Brasil e o uso do glifosato triplicou, as estatísticas de nascimento desses municípios "rio abaixo" de áreas de uso intensivo do herbicida. Houve uma deterioração nas condições de saúde ao nascer nesses municípios rio abaixo dos municípios que expandiram a produção de soja.

Dentro dessa deterioração nas condições de saúde ao nascer estão: maior probabilidade de baixo peso ao nascer, maior probabilidade de nascimentos prematuros e - o mais grave - aumento da mortalidade infantil.

Comparando os dados dos municípios "rio abaixo", com municípios "rio acima" - que portanto não recebem a água que passou por áreas de uso do glifosato - os pesquisadores constatam que os municípios "rio acima" não são afetados por essa piora das estatísticas de nascimento.

A conclusão dos estudos revela que não existe coexistência possível entre produção orgânica e o uso massivo de agrotóxicos. O caminho que desejamos, é de um modelo de produção que possa ser adotado nacionalmente totalmente livre de agrotóxicos e transgênicos.

Comentários

  1. A água brasileira pode ser considerada potável contendo até 500 microgramas de glifosato por litro, enquanto a água da União Europeia pode ter no máximo 0,1 micrograma de glifosato", o limite brasileiro é 5.000 vezes maior do que o limite da União Europeia.

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  2. Muito preocupante esses aditivos químicos nos cultivos de alimentos.
    Quando não matam, podem causar vários danos à saude. E o pior é que não temos a menor idéia, em que alimento está contido essas antipragas, na verdade todos os alimentos agrícolas contém algum tipo de agrotóxicos. Vamos comer o quê?

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