Um ramo emergente da neurociência busca saber como a pobreza afeta o cérebro em desenvolvimento.
Os novos pagamentos mensais abrangidos pelo pacote de estímulo do governo têm potencial para tirar milhões de crianças americanas da pobreza. Alguns cientistas acreditam que esse auxílio pode mudar a vida das crianças de uma maneira ainda mais importante – o desenvolvimento do seu cérebro.
Nos últimos 15 anos, dezenas de estudos concluíram que crianças criadas em um contexto de vida precário têm diferenças cerebrais sutis comparadas com crianças de famílias com mais recursos.
Em média, a área mais exterior das células do cérebro é menor, especialmente no tocante à linguagem e o controle dos impulsos, como também o volume de uma estrutura chamada hipocampo, responsável pelo aprendizado e a memória.
Os pesquisadores supõem que aspectos específicos da pobreza – como a nutrição abaixo do padrão médio, os níveis de estresse elevados, a educação de baixa qualidade – influenciam o cérebro e o desenvolvimento cognitivo. Um estudo chamado Babys’s First Years, iniciado em 2018, visa determinar se a redução da pobreza promoveria um desenvolvimento do cérebro mais saudável.
Os pesquisadores selecionaram aleatoriamente mil mães com recém-nascidos que vivem na pobreza em Nova York, Nova Orleans, na região metropolitana de Twin Cities, e Omaha, Nebraska, para receberem um cartão de débito mensal de US$ 20 ou US$ 333 que podem usar como desejarem.
O governo Biden planeja pagar US$ 300 mensais por criança até a idade de cinco anos e US$ 250 para aquelas entre seis e 17 anos. O estudo vai monitorar o desenvolvimento cognitivo e a atividade cerebral das crianças por vários anos utilizando uma ferramenta não invasiva chamada EEF móvel, que mede as ondas do cérebro utilizando um boné equipado com 20 eletrodos.
O estudo também vai monitorar a situação de emprego e financeira das mães, medir as condições de saúde materna, como níveis de hormônio do estresse, e o cuidado infantil. O projeto Baby’s First Year é considerado uma tentativa audaciosa para provar, por meio de um ensaio randomizado, o elo causal entre redução da pobreza e desenvolvimento do cérebro.
Samuel Hammond, diretor de políticas relacionadas com a pobreza e o bem-estar social, no Niskanen Center, que trabalhou na proposta oferecida pelo senador Mitt Romney de um auxílio infantil, concorda que monitorar a fonte de qualquer benefício cognitivo observado é complicado, embora importante.
Ajudar financeiramente famílias carentes pode ser a maneira mais robusta de testar o elo com o desenvolvimento do cérebro, disse Noble. É bem possível que esses caminhos particulares com vistas ao resultado no caso das crianças diferem entre as famílias. Assim, dar a elas o poder de usarem o dinheiro como acharem melhor, não pressupõe um caminho ou mecanismo particular que leve a diferenças no desenvolvimento infantil.
Os pesquisadores supõem que aspectos específicos da pobreza – como a nutrição abaixo do padrão médio, os níveis de estresse elevados, a educação de baixa qualidade – influenciam o cérebro e o desenvolvimento cognitivo.
ResponderExcluirÉ preciso investimento maciço no intelecto infanto-juvenil , as crianças são herdeiras do “chão “, “ solo plantado não há ruínas de um caos “!!!
ResponderExcluir