A DESCOBERTA DE UM CRÂNIO DE ESPÉCIE HUMANA ANCESTRAL DESCONHECIDA LANÇA "LUZ" SOBRE A EVOLUÇÃO DO HOMO SAPIENS.

A descoberta do crânio do ‘homem dragão’ pode adicionar espécie à árvore genealógica da humanidade. Cientistas anunciaram nesta sexta-feira, 25, que um grande crânio fossilizado de pelo menos 140 mil anos pertence a uma espécie humana ancestral desconhecida.

O crânio é de um hominídeo adulto, que tinha um cérebro enorme, testa proeminente, olhos profundos e um nariz bulboso. O fóssil ficou escondido em um poço abandonado por 85 anos, após um operário encontrá-lo em uma construção na ChinaOs pesquisadores batizaram a nova espécie como Homo longi e lhe deram o apelido de "Homem Dragão", em homenagem à região do Rio do Dragão, no nordeste da China, onde o crânio foi descoberto. 

                                                   


Os cientistas afirmaram que o Homo longi é a espécie humana mais próxima à nossa, e não os neandertais. Se a conclusão for confirmada, poderia mudar a maneira como a ciência considera a origem do Homo sapiens, construída ao longo dos anos a partir de descobertas de fósseis e análises de DNAs ancestrais.

Todos os especialistas que revisaram os dados dos estudos afirmaram que se trata de um fóssil magnífico."É lindo", afirmou John Hawks, paleoantropólogo da Universidade de Wisconsin-Madison. "É muito raro encontrar um fóssil como esse, com a face em boas condições. A gente sonha em encontrar algo assim."

Em 1933, um operário que trabalhava na construção de uma ponte na cidade de Harbin descobriu o peculiar crânio. É possível que esse homem - cujo nome foi preservado por sua família - soubesse que tinha encontrado uma amostra de importância científica. Quatro anos antes, pesquisadores tinham encontrado um outro crânio de humanoide, apelidado de Homem de Pequim, próximo à capital chinesa. Parecia ser o elo entre os povos da Ásia e seus ancestrais evolucionários.

Em vez de entregar o novo crânio às autoridades do Japão, que ocupava o nordeste chinês naquela época, o operário preferiu escondê-lo. Ele não comentou com ninguém a existência do fóssil por décadas. Em um dos relatos a respeito da descoberta do crânio, os autores dos novos estudos especularam que o operário poderia sentir vergonha de ter trabalhado para os japoneses. 

Pouco antes de sua morte, em 2018, ela contou à família a respeito do fóssil. Os parentes foram ao poço e encontraram o crânio. A família doou o achado para o Museu de Geociência da Universidade Hebei GEO, onde cientistas perceberam imediatamente que o crânio havia sido preservado de maneira excelente.

Nos estudos publicados nesta sexta-feira, os pesquisadores argumentaram que o crânio do Homo longi parece de um adulto de porte grande. Suas bochechas eram achatadas e sua boca, larga. A mandíbula inferior está faltando, mas com base no aspecto da mandíbula superior do Homem Dragão e de outros crânios humanos fossilizados os pesquisadores inferiram que ele tinha pouco queixo. Os cientistas afirmam que o cérebro dele era aproximadamente 7% maior do que o cérebro dos humanos atuais. 

Os pesquisadores argumentam que as características anatômicas do Homem Dragão não haviam sido encontradas anteriormente em nenhuma outra espécie conhecida de hominídeo, as características são distintivas o suficiente para serem consideradas de uma outra espécie", afirmou Christopher Stringer, paleoantropólogo do Museu de História Natural de Londres e coautor de dois dos três estudos a respeito dos Homens Dragão. 
Os cientistas analisaram a composição química do fóssil e determinaram que ele tem entre 146 mil anos e 309 mil anos.

Para decifrar a maneira como o Homo longi se insere na árvore genealógica da humanidade, os cientistas compararam sua anatomia à de outros 54 fósseis de hominídeos. Os pesquisadores descobriram que ele pertence a uma linhagem que inclui a da mandíbula tibetana identificada como denisovana. Neandertais e denisovanos são nossos parentes extintos mais próximos. Eles até acasalaram com ancestrais dos humanos modernos, e nós carregamos pedaços do DNA deles até hoje.

Ao mesmo tempo em que o Homo longi teve características distintivas, ele também compartilhava nossos traços, como um rosto uniforme abaixo da linha das sobrancelhas, em vez de saliente, como no caso dos neandertais.

Acredita-se amplamente que os neandertais pertençam à linhagem extinta mais próxima à nossa espécie. Contudo, nossa descoberta sugere que a nova linhagem que identificamos e inclui o Homo longi é na verdade o grupo mais próximo ao do H. sapiens", afirmou em um comunicado à imprensa Xijun Ni, coautor dos estudos e paleoantropólogo da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade Hebei GEO.

Comentários

  1. Os pesquisadores batizaram a nova espécie como Homo longi e lhe deram o apelido de "Homem Dragão", em homenagem à região do Rio do Dragão, no nordeste da China, onde o crânio foi descoberto.

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  2. A descendência humana está sendo estudada desde sempre, mas até os dias de hoje, nos surpreendemos com descobertas e novas possibilidades.

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