CIENTISTAS CONTAM A HISTÓRIA DA ÚLTIMA ARARINHA-AZUL EXTINTA NA NATUREZA.

Aquela era a última ararinha-azul que vivia solta na natureza. Nem imaginava que, de sua espécie só restasse ela voando livre, mesmo que há muito tempo não visse nenhuma outra arara tão azul nos seus voos pela Caatinga.

 Na verdade, a última ararinha-azul livre era um macho, que não procurava muito por outros membros da sua família. É que ele não costumava se aventurar longe da cidade de Curaçá, na Bahia, perto da fronteira com Pernambuco. Preferia ficar ali, na beira do riacho da Melancia, na sua árvore predileta, a caraibeira, que fica toda carregada de flores amarelas na primavera. Lá se sentia protegido dos gaviões, do sol quente e, ainda, encontrava deliciosas sementes para comer. 

                                                    


Na falta de uma fêmea de sua espécie, a última ararinha-azul viria a se encantar com uma maracanã, que é uma espécie “parente” da ararinha-azul (foto acima, à direita). O casal viveu junto na caraibeira por alguns meses, até que, um dia, surgiu uma “rival”: uma linda fêmea de ararinha-azul. 

Ele nem suspeitava que aquela nova companhia fora levada até ali pelos mesmos cientistas que o haviam localizado e estavam preocupados com a extinção da sua espécie. A última ararinha-azul livre não perdeu tempo e logo se juntou à fêmea, já que esta era da sua espécie.

Só que a ararinha recém-chegada parecia não estar acostumada àquelas regiões e, algum tempo depois, desapareceu. Assim, o último macho livre na natureza voltou a preocupar os pesquisadores. De vez em quando, eles voltavam, com seus binóculos, pranchetas e câmeras. Em uma das vezes, a ararinhaazul escolheu um bom galho da caraibeira, virou-se de perfil e caprichou na pose para o fotógrafo. 

Pouco tempo depois desse dia da foto, a ave também desapareceu. Ninguém soube se a última ararinha-azul livre bateu em algum fio de energia elétrica, se virou comida ou se terminou aprisionada pelos traficantes de animais e levada para algum país distante. Tudo que restou foi uma foto revelada pelo Biólogo que acompanhou a trajetória da última ararinha-azul na natureza em meados de 2020. 

birdwatiching, o hobby de observação de aves que se espalhou pelo mundo.

Comentários

  1. A última ararinha-azul teve duas "namoradas" , mas não terminou com nenhuma delas. A história comovente da extinção de uma espécie da caatinga baiana e do cerrado brasileiro.

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